Talento

Expandindo a conversa sobre sustentabilidade
Stacy Godfreey-Igwe saªnior busca tornar as comunidades marginalizadas mais visa­veis na luta contra asmudanças climáticas.
Por Alli Armijo - 24/12/2021


Stacy Godfreey-Igwe éuma veterana do MIT que busca tornar as comunidades marginalizadas mais visa­veis na luta contra asmudanças climáticas. Créditos: Foto: Ian MacLellan

Stacy Godfreey-Igwe estava sentada em seu dormita³rio no MIT, olhando freneticamente para o telefone. Uma tempestade de neve sem precedentes atingiu sua cidade natal, Richardson, Texas, e ela estava tendo dificuldade para entrar em contato com sua fama­lia. Ela se sentia preocupada e frustrada, ciente de que os bairros pra³ximos não haviam perdido a energia durante a tempestade, mas que a casa de sua familia havia sofrido danos significativos. Ela finalmente conseguiu falar com seus pais, que haviam se refugiado em um prédio comercial pra³ximo, mas a experiência a deixou abalada e mais determinada do que nunca a se dedicar a lidar com a injustia§a climática.

Godfreey-Igwe, filha de imigrantes nigerianos, hámuito se preocupa com a forma como as comunidades marginalizadas podem arcar com um fardo ambiental desproporcionalmente pesado. No MIT, ela escolheu uma dupla especialização em engenharia meca¢nica com concentração em desenvolvimento global e sustenta¡vel, e em estudos da dia¡spora africana, uma especialização que ela ajudou a estabelecer e se tornou a primeira aluna a declarar. Vendo inicialmente os dois campos como separados, ela agora abraça a interseccionalidade em seu trabalho dentro e fora da sala de aula.

Por meio de um projeto do Programa de Oportunidade de Pesquisa de Graduação (UROP) com Amah Edoh, o Professor Assistente Homer A. Burnell de Antropologia e Estudos Africanos no MIT, Godfreey-Igwe aprendeu mais sobre sua herana§a cultural Igbo e espera entender o que seráo futuro dasmudanças climáticas posa para a sustentabilidade da cultura. A própria Godfreey-Igwe éa “Ada” - ou filha mais velha - de sua fama­lia, uma função que carrega a responsabilidade de manter viva a cultura de sua fama­lia. Esse senso de responsabilidade, para com sua comunidade e para as gerações futuras, permaneceu com ela no MIT.

Para o período de atividades independentes durante seu primeiro ano no Instituto, Godfreey-Igwe viajou para o Cazaquistão atravanãs dos Laborata³rios de Ensino Global do MIT. Como professora estagia¡ria, ela ensinou aos alunos de química do ensino manãdio do Cazaquistão sobre os polímeros e o impacto que os materiais pla¡sticos podem ter no clima da Terra. Ela também foi Embaixadora da Identidade X das Iniciativas de Ciência e Tecnologia Internacional do MIT (MISTI) durante seu tempo la¡, blogando sobre suas experiências como mulher negra nopaís. Ela viu o papel como uma oportunidade de lana§ar luz sobre os desafios de navegar sua identidade no exterior, com a esperana§a de promover a comunidade por meio de suas postagens.

No vera£o seguinte, Godfreey-Igwe foi internado na Startup de Guardanapos Sanita¡rios Biodegrada¡veis ​​Saathi em Ahmedabad, andia. Durante seu tempo la¡, ela pesquisou e escreveu artigos com o objetivo de educar o paºblico sobre os benefa­cios que absorventes ecola³gicos representam para a saúde pública e o meio ambiente. Ela também entrevistou um diretor do Centro de Educação Ambiental da cidade, sobre a importa¢ncia de elevar e apoiar as comunidades marginalizadas mais afetadas pelasmudanças climáticas. A conversa abriu os olhos de Godfreey-Igwe; ela viu não apenas quanto complexo era o processo de mitigação dasmudanças climáticas, mas também quanto diversas as soluções precisavam ser.

Ela também buscou seu interesse em pla¡sticos e sustentabilidade por meio de projetos de pesquisa de vera£o. No vera£o de 2020, Godfreey-Igwe trabalhou em um laboratório no departamento de engenharia civil e ambiental da Universidade de Stanford para criar e projetar modelos que maximizassem a eficiência dos processos bacterianos que levam a  criação de biopla¡sticos. O objetivo do projeto era encontrar uma forma sustenta¡vel de decomposição de pla¡stico para futuras aplicações no meio ambiente. Ela apresentou sua pesquisa na Harvard National Collegiate Research Conference e recebeu um praªmio de apresentação durante a MIT Mechanical Engineering Research Exhibition. No vera£o passado, ela recebeu uma bolsa do NSF Center for Sustainable Polymers da Universidade de Minnesota para trabalhar em um projeto de pesquisa que buscava entender a geração de micropla¡sticos.

Em última análise, Godfreey-Igwe reconhece que, para propor soluções ponderadas para as questões climáticas, as pessoas mais afetadas devem fazer parte da conversa. Para ela, uma forma fundamental de trazer mais pessoas para conversas sobre sustentabilidade e inclusão épor meio da mentoria. Esse papel éespecialmente significativo para Godfreey-Igwe porque ela sabe em primeira ma£o como éimportante para os membros de grupos sub-representados se sentirem apoiados em um lugar como o MIT. “A experiência de vir para uma instituição como o MIT, como alguém de baixa renda ou de cor, pode ser isoladora. Especialmente se vocêsentir que hápessoas que não conseguem se identificar com sua formação ”, diz ela.

Godfreey-Igwe émembro do Active Community Engagement FPOP (ACE), um grupo de ação social no campus que se envolve com as comunidades locais por meio de trabalhos de serviço paºblico. Inicialmente ingressando como participante, Godfreey-Igwe tornou-se conselheiro e depois coordenador; ela facilita oficinas de ação social e apresenta aos alunos oportunidades de serviço tanto no MIT quanto em Boston. Ela diz que seu tempo na ACE ajudou a aumentar sua confianção em suas habilidades como lider, mentora e cultivadora de Espaços inclusivos. Ela também émembro da iHouse (International Development House), onde serviu por três anos como copresidente de habitação e servia§os.

Godfreey-Igwe também da¡ aulas particulares para Tutoring Plus em Cambridge, onde desde seu primeiro ano ela oferece orientação e aulas de STEM para um estudante negro de baixa renda do ensino manãdio. Na primavera passada, ela recebeu o Tutoring Plus of Cambridge Unwavering Service Award por seu serviço e compromisso com o programa.

Olhando para o futuro, Godfreey-Igwe espera usar as habilidades aprendidas em suas funções de mentoria e liderana§a para estabelecer melhores estruturas de colaboração em tecnologias, ideias e prática s de mitigação do clima. Concentrando-se na orientação de jovens cientistas negros, ela deseja formar grupos e instituições desfavorecidos para pesquisas sustenta¡veis ​​sobremudanças climáticas, garantindo que todos tenham voz na conversa.

“Em todo esse trabalho, espero ter certeza de que as comunidades globalmente marginalizadas sejam mais visa­veis nos Espaços relacionados ao clima, tanto em termos de quem estãofazendo a engenharia quanto para quem a engenharia trabalha”, diz ela.

 

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