Uma equipe internacional de cientistas observou o estreitamento de um jato quasar pela primeira vez usando uma rede de radiotelescópios em todo o mundo. Os resultados sugerem que o estreitamento do jato é independente do nível de atividade da galáxia que o lançou.

Quase todas as galáxias abrigam um buraco negro supermassivo em seu centro. Em alguns casos, enormes quantidades de energia são liberadas pelo gás que cai em direção ao buraco negro, criando um fenômeno conhecido como quasar. Os quasares emitem jatos estreitos e colimados de material quase à velocidade da luz. Mas como e onde os jatos quasares são colimados tem sido um mistério de longa data.

Uma equipe internacional liderada por Hiroki Okino, estudante de pós-graduação da Universidade de Tóquio, e incluindo membros do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da Universidade de Kogakuin, do Hachinohe National College of Technology e da Universidade de Niigata, capturou uma imagem com a maior resolução angular até o momento que mostra a parte mais profunda do jato em um quasar brilhante conhecido como 3C 273.

A equipe descobriu que o jato que flui do quasar se reduz a uma distância muito longa. Essa parte estreita do jato continua incrivelmente longe, bem além da área onde a gravidade do buraco negro domina. Os resultados mostram que a estrutura do jato é semelhante a jatos lançados de galáxias próximas com um núcleo ativo de baixa luminosidade. Isso indicaria que a colimação do jato é independente do nível de atividade na galáxia hospedeira, fornecendo uma pista importante para desvendar o funcionamento interno dos jatos.

Esses resultados apareceram no The Astrophysical Journal em 22 de novembro de 2022.