Tecnologia Científica

Metodologia desenvolvida na Unicamp permite transmitir o sinal de TV Digital com menor custo
A transmissão de sinal de televisão passou de anala³gica para a digital, o que permite uma alta definia§a£o de tela osHD (High Definition), além de outras melhorias no a¡udio, transcria§aµes e interatividade com o telespectador.
Por Thais Oliveira - 09/10/2019



Foi-se o tempo que era comum entrar nas casas de qualquer brasileiro e encontrar uma televisão de tubo, muitas vezes atécom um pedaço de palha de aa§o preso na antena para “melhorar” a recepção do sinal. Isso porque a transmissão de sinal de televisão passou de anala³gica para a digital, o que permite uma alta definição de tela osHD (High Definition), além de outras melhorias no a¡udio, transcrições e interatividade com o telespectador.

A principal diferença entre o sinal anala³gico e o digital éque antigamente cada pixel era transmitido atravanãs de ondas de ra¡dio, enquanto a transmissão digital ésimilar a  transferaªncia de dados feita pelo computador, o que capta mais informações para melhorar a experiência do telespectador.


No Brasil, a TV digital começou a ter transmissão desde 2007, utilizando uma tecnologia nacional baseada no sistema japonaªs. Apesar de tantas adaptações para se ter essa qualidade no conteaºdo televisivo, o custo ainda éum problema a ser enfrentado para a expansão do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre.

Isso ocorre porque a emissora gera um ca³digo de sinal chamado BTS (Broadcast Transport Streaming) no conteaºdo, que étransmitido para o satanãlite com o sistema DVB (Digital Video Broadcasting)-S/S2. O problema éque o sinal BTS tem capacidade de 32.5079 megabits (da­gito bina¡rio) de tra¡fego de dados e a emissora deve “alugar no satanãlite” a mesma capacidade no transponder (aparelho que recebe e emite o sinal) com uma alta taxa mensal de, em média, U$ 2 mil por megabit, conforme explica Yuzo Iano, docente na Faculdade de Engenharia Elanãtrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC Unicamp).

Nesse contexto, o custo para transmissão de TV digital se torna muito elevado pela grandeza do tamanho de BTS, motivo para os pesquisadores Iano e Cristiano Akamine, na anãpoca aluno de doutorado na FEEC e hoje professor e coordenador do Laborata³rio de TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, desenvolveram uma metodologia, patenteada pela Unicamp, de um compressor e descompressor automa¡tico de BTS para a transmissão de sinal para TV digital.

Além da metodologia proposta de redução da taxa de bits ser compata­vel com os equipamentos de transmissão usados no Brasil, como satanãlites e fibras, ela também “Permite a operação em SFN (Single Frequency Network), ou seja, Redes de Frequaªncia ašnica onde o sinal da TV digital de um radiodifusor pode ser transmitido em um aºnico canal de TV melhorando a qualidade de recepção”, detalha Iano.

Recentemente, a tecnologia foi licenciada pela Teletronix, empresa que fornece equipamentos para emissoras de ra¡dios e televisão. Um dos sãocios-diretores, o engenheiro Roganãrio Correa, explica que o mercado édominado por companhia estrangeiras, por isso que éimportante fechar parcerias com alta tecnologia para continuar inovando e se destacando no mercado.

O engenheiro ainda fez uma analogia simples para compreensão da importa¢ncia da tecnologia: “Seria algo parecido quando se tenta enviar um ‘arquivo pesado’ por e-mail ou outro mensageiro e não hácapacidade, sendo necessa¡rio compactar esse arquivo atravanãs de um software para o envio, em seguida, o remetente devera¡ descompactar para acessar o conteaºdo”.

Atualmente, a Teletronix estãorealizando validação final do software utilizando a metodologia patenteada pela Unicamp, em parceria com a Mackenzie a fim de colocar o produto no mercado e disputar os editais de transmissaµes públicas.

 

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