Tecnologia Científica

Geneticistas acionam o freio do DNA, revelando os principais processos de desenvolvimento
Pesquisadores da Universidade de Princeton revelaram o funcionamento interno de um mecanismo de repressão genanãtica em embriaµes de mosca da fruta , acrescentando insights ao estudo de doenças humanas.
Por Scott Lyon - 05/03/2020

Liderada pela estudante Shannon Keenan, a equipe usou a luz para ativar sinais químicos no desenvolvimento de moscas da fruta e traa§ou os efeitos em uma protea­na chamada Capicua , ou Cic. Localizado no núcleo de uma canãlula, o Cic se liga ao DNA e executa a tarefa especializada de silenciar genes. O estudo , publicado na Developmental Cell e disponibilizado on-line em 5 de mara§o, revela a dina¢mica da repressão genanãtica por essa protea­na.

Imagem cortesia dos pesquisadores
Um embria£o de mosca da fruta émostrado pontilhado com luzes fluorescentes,
indicando a transcrição do DNA em andamento em vários pontos ao longo do abda´men.
Um estudo recente de Princeton deu uma visão sem precedentes de como a
repressão genanãtica funciona, revelando a dina¢mica do sistema que impede a transcrição
ao longo de certas seções do ca³digo genanãtico.

Em uma pea§a complexa da música, os silaªncios que percorrem a melodia contribuem tanto para o efeito da partitura quanto as notas tocadas. Os processos biola³gicos que controlam o desenvolvimento dependem de padraµes temporais altamente sofisticados de ativação e repressão de genes para criar as belas sinfonias da vida. Quando um padrãoéinterrompido, écomo uma nota errada na música. Nesse caso, o Cic éuma protea­na repressora que silencia certas partes do genoma, permitindo que outros genes se expressem em harmonia. Compreender como repressores como o Cic trabalham permite que os pesquisadores conduzam melhor a orquestra.

"Os sinais que dizem para vocênão fazer algo são tão importantes quanto os sinais para fazer algo", disse Stanislav Shvartsman , professor de engenharia química e biológica e do Instituto Lewis-Sigler de Gena´mica Integrativa e lider de grupo no Flatiron Institute dos Simons. Fundação. Embora o Cic e seus genes-alvo tenham sido estabelecidos, pouco se sabia sobre a dina¢mica da repressão genanãtica, de acordo com Shvartsman, o principal investigador do estudo e o Ph.D. de Keenan. conselheiro. "As protea­nas que ativam e reprimem os genes podem ser comparadas ao pedal do acelerador e aos freios de um carro", disse ele. “Na³s sabemos muito sobre como o pedal do acelerador funciona. a‰ a primeira vez que vemos os freios em ação. ”

Os autores, incluindo o professor Squibb de Biologia Molecular, Eric Wieschaus , vencedor do Praªmio Nobel de 1996 em Fisiologia ou Medicina, focaram-se em uma enzima cra­tica, chamada ERK, que transmite sinais dasuperfÍcie da canãlula para seu núcleo. Ao controlar ERK com luz, em seqa¼aªncias com tempo preciso, eles poderiam analisar como e quando a enzima ativou a protea­na Cic. Eles descobriram que, após cerca de cinco minutos de ativação do ERK, a protea­na Cic éinativada, o que permite que seus genes-alvo (normalmente reprimidos) sejam ativados. Notavelmente, a repressão foi restabelecida com a mesma rapidez, demonstrando um tempo de resposta muito rápido.

Além de oferecer uma visão sem precedentes da dina¢mica da repressão genanãtica, o estudo revelou um novo e rico territa³rio para novas explorações. A seleção natural agiu por centenas de milhões de anos para ajustar esses processos. O momento deles não épor acaso. De acordo com Keenan, o rápido tempo de resposta do mecanismo protege as células contra rua­dos bioquímicos que poderiam introduzir erros catastra³ficos.

foto porSameer A. Khan / Fotobudd
Pesquisadores liderados pelo estudante Shannon Keenan e pelos professores
Stanislav Shvartsman, a  direita, e Eric Wieschaus, a  esquerda, usaram a luz
para controlar uma protea­na que reprime os genes e estãoligada ao aparecimento
de doenças e distúrbios do desenvolvimento.

"O embria£o da mosca éum sistema muito poderoso", disse Keenan, "e as coisas que aprendemos guiam nossa compreensão e tratamento de doenças humanas, incluindo ca¢ncer, onde o Cic écomumente mutado".

Keenan chegou a  engenharia química e biológica pelo interesse em resolver problemas na saúde humana. Ela queria usar todas as habilidades que tinha para ajudar as pessoas e era boa em matemática e ciências. "Nunca pensei que estivesse trabalhando com moscas da fruta", disse ela, rindo. “Quando cheguei a Princeton, conheci Stas [Shvartsman], e ele me mostrou todas essas imagens de onde os genes eram ativados em embriaµes de mosca. Foi simplesmente muito bonito.

Outros colaboradores do estudo inclua­ram Shelby A. Blythe, da Northwestern University, e Robert A. Marmion e Nareg J.-V. Djabrayan, de Princeton. O trabalho foi apoiado pelos Institutos Nacionais de Saúde.

 

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