Um dos Santo Graal no desenvolvimento da inteligaªncia artificial (IA) estãodando a s ma¡quinas a capacidade de prever intena§aµes ao interagir com seres humanos.
Os sistemas de IA do futuro estara£o mais sintonizados com as
nuances do comportamento humano. Crédito: Shutterstock
Na³s, seres humanos, fazemos isso o tempo todo e sem nem mesmo estar cientes disso: observamos, ouvimos, usamos nossa experiência passada para raciocinar sobre o que alguém estãofazendo, por que eles fazem isso para obter uma previsão sobre o que fara£o Pra³ximo.
No momento, a IA pode realizar um trabalho plausavel na detecção da intenção de outra pessoa (em outras palavras, após o fato). Ou pode atéter uma lista de respostas possaveis e predefinidas com as quais um ser humano respondera¡ em uma determinada situação. Mas quando um sistema ou ma¡quina de IA tem apenas algumas pistas ou observações parciais, suas respostas a s vezes podem ser um pouco ... roba³ticas.
Humanos e ma¡quinas
A Dra. Lina Yao, professora saªnior da UNSW Engineering, éa principal pesquisadora de um projeto para atualizar os sistemas de IA e as interfaces homem-ma¡quina com as nuances mais refinadas do comportamento humano. Ela diz que o objetivo final éque sua pesquisa seja usada em sistemas auta´nomos de inteligaªncia artificial, robôs e atécyborgs, mas o primeiro passo éfocado na interface entre humanos e ma¡quinas inteligentes.
"O que estamos fazendo nessas fases iniciais éajudar as ma¡quinas a aprender a agir como seres humanos com base em nossas interações dia¡rias e nas ações que são influenciadas por nosso pra³prio julgamento e expectativas - para que possam estar melhor posicionados para prever nossas intenções". ela diz. "Por sua vez, isso pode atélevar a novas ações e decisaµes próprias, para que possamos estabelecer um relacionamento cooperativo".
O Dr. Yao gostaria de ter consciência de exemplos menos a³bvios do comportamento humano integrados aos sistemas de IA para melhorar a previsão de intenções. Coisas como gestos, movimento dos olhos, postura, expressão facial e atémicro-expressaµes - os sinais fasicos reveladores quando alguém reage emocionalmente a um estamulo, mas tenta mantaª-lo oculto.
Essa éuma tarefa difacil, pois os pra³prios humanos não são infalaveis ao tentar prever a intenção de outra pessoa.
"a€s vezes as pessoas podem tomar algumas ações que se desviam de seus pra³prios hábitos regulares, que podem ter sido desencadeados pelo ambiente externo ou pela influaªncia das ações de outra pessoa", diz ela.
Todos os movimentos certos
No entanto, tornar os sistemas e ma¡quinas de IA mais afinados com as maneiras pelas quais os humanos iniciam uma ação éum bom começo. Para isso, Yao e sua equipe estãodesenvolvendo um prota³tipo de um sistema de interface homem-ma¡quina projetado para capturar a intenção por trás do movimento humano.
"Podemos aprender e prever o que um ser humano gostaria de fazer quando estiver usando um dispositivo de eletroencefalograma", diz o Dr. Yao.
"Enquanto estiver usando um desses dispositivos, sempre que a pessoa faz um movimento, suas ondas cerebrais são coletadas, que podemos analisar.
"Mais tarde, podemos pedir a s pessoas que pensem em se mover com uma ação especafica - como erguer o braa§o direito. Portanto, não erguer o braa§o, mas pensar nisso, e então podemos coletar as ondas cerebrais associadas".
O Dr. Yao diz que a gravação desses dados tem o potencial de ajudar pessoas incapazes de se mover ou se comunicar livremente devido a incapacidade ou doena§a. As ondas cerebrais registradas com um dispositivo de EEG podem ser analisadas e usadas para mover ma¡quinas como uma cadeira de rodas ou mesmo para comunicar uma solicitação de assistaªncia.
"Alguanãm em uma unidade de terapia intensiva pode não ter a capacidade de se comunicar, mas se eles usassem um dispositivo de EEG, o padrãoem suas ondas cerebrais poderia ser interpretado para dizer que eles estavam com dor ou queriam se sentar, por exemplo", Dr. Yao diz.
"Portanto, uma intenção de se mover ou agir que não era fisicamente possível, ou que não pode ser expressa, poderia ser entendida por um observador, graças a essa interação homem-ma¡quina. A tecnologia já estãola¡ para conseguir isso, émais uma questãode colocar todas as pea§as de trabalho juntas ".
Parceiros para toda a vida
O Dr. Yao diz que o objetivo final no desenvolvimento de sistemas e ma¡quinas de IA que ajudam os seres humanos éque eles sejam vistos não apenas como ferramentas, mas como parceiros.
"O que estamos fazendo étentar desenvolver bons algoritmos que podem ser implantados em situações que exigem tomada de decisão", diz ela.
"Por exemplo, em uma situação de resgate, um sistema de IA pode ser usado para ajudar os socorristas a adotarem a estratanãgia ideal para localizar uma pessoa ou pessoas com mais precisão. Esse sistema pode usar algoritmos de localização que usam localizações GPS e outros dados para identificar pessoas, como bem como avaliar a janela de tempo necessa¡ria para chegar a alguém e fazer recomendações sobre o melhor curso de ação.
"Em última análise, um humano faria a chamada final, mas o importante éque a IA seja um colaborador valioso em um ambiente tão dina¢mico. Esse tipo de tecnologia já estãosendo usado hoje."
Mas trabalhar com humanos em parceria éuma coisa; trabalhar de forma completamente independente deles éum longo caminho atéo fim. O Dr. Yao diz que sistemas e ma¡quinas de IA auta´nomos podem um dia nos considerar pertencentes a uma das três categorias após observar nosso comportamento: pares, espectadores ou concorrentes. Embora isso possa parecer frio e distante, o Dr. Yao diz que essas categorias podem mudar dinamicamente de uma para outra, de acordo com o contexto em evolução. E, de qualquer forma, ela diz, esse tipo de categorização cognitiva érealmente muito humano.
"Quando vocêpensa sobre isso, estamos constantemente fazendo esses mesmos julgamentos sobre as pessoas ao nosso redor todos os dias", diz ela.