Tecnologia Científica

Explorando as interações entre componentes de aprendizado motor expla­citos e impla­citos
pesquisadores da Universidade de Harvard recentemente realizaram um estudo com o objetivo de esclarecer as interaçaµes entre estratanãgias expla­citas e impla­citas de aprendizado motor.
Por Ingrid Fadelli - 26/03/2020


Foto de Steven Lelham no Unsplash

Ao adquirir novas habilidades motoras, os humanos geralmente aprendem a usar estratanãgias expla­citas e impla­citas. Ao aprender a jogar golfe, por exemplo, épossí­vel aprender habilidades motoras impla­citas, como coordenar movimentos de ma£os e olhos, bem como planejar movimentos com base em fatores externos, como vento forte ou outros distúrbios no campo. .

Os treinadores esportivos geralmente tendem a favorecer estratanãgias impla­citas em detrimento das expla­citas, enfatizando que jogadores e atletas devem aprender a confiar em seu corpo, em vez de pensar em obsta¡culos externos. Embora vários estudos tenham investigado esses dois componentes do aprendizado motor , as maneiras pelas quais eles interagem e possivelmente interferem entre si não são totalmente compreendidos.

Com isso em mente, pesquisadores da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia Harbin recentemente realizaram um estudo com o objetivo de esclarecer as interações entre estratanãgias expla­citas e impla­citas de aprendizado motor. Seu artigo, publicado na Nature Neuroscience , apresenta um paradigma sensãorio-motor de aprendizado que pode ser usado para observar aprendizado impla­cito e pensamento estratanãgico (isto anã, aprendizado expla­cito ) simultaneamente, tanto na presença quanto na ausaªncia de perturbações externas.

"Investigamos as interações entre estratanãgia expla­cita e adaptação motora impla­cita, projetando um paradigma sensãorio-motor de aprendizado que promovemudanças adaptativas em algumasDimensões , mas não em outras", escreveram os pesquisadores em seu artigo.

Yohsuke Miyamoto e seus colegas treinaram 41 pessoas para concluir uma tarefa motora que envolvia atingir um alvo enquanto eram expostos a uma perturbação externa. Mais especificamente, foi solicitado aos participantes do estudo que movessem um cursor que respondesse aos movimentos das ma£os em direção a um determinado alvo. Ao fazer isso, o movimento do cursor foi rotacionado em relação ao movimento da ma£o e de maneira imprevisível, o que dificultava a pontaria dos participantes.

Os pesquisadores analisaram como cada participante se comportou ao tentar apontar para o alvo com o cursor. Tambanãm foi perguntado aos participantes qual direção eles pretendiam alcana§ar ao concluir cada teste, pois isso indicava o quanto eles estavam confiando em estratanãgias expla­citas e impla­citas.

"Na³s achamos que a estratanãgia e a adaptação impla­cita sinergizam emDimensões direcionadas, mas efetivamente se cancelam emDimensões não direcionadas", escreveram os pesquisadores. "Ana¡lises independentes - baseadas em atrasos no tempo, na estrutura correlacional nos dados e na modelagem computacional - demonstram que esse cancelamento ocorre porque a adaptação impla­cita compensa efetivamente o rua­do na estratanãgia expla­cita durante o aprendizado motor".

Os pesquisadores descobriram que o comportamento de alcance dos participantes tendia a mudar principalmente nos ensaios em que o movimento do cursor era girado (ou seja, nas frequências perturbadas). Suas análises revelaram interações cooperativas e antaga´nicas entre aprendizado impla­cito e expla­cito, o que significa que, embora esses dois tipos de estratanãgias a s vezes fossem efetivamente usados ​​juntos, em outros casos, eles se afetavam negativamente.

Os pesquisadores também se propuseram a investigar se o componente impla­cito do aprendizado motor conduz o expla­cito ou vice-versa, usando uma técnica estata­stica renomada conhecida como 'modelagem de equações estruturais'. Suas descobertas sugerem que émais prova¡vel que o componente expla­cito esteja dirigindo o componente impla­cito, e o componente impla­cito geralmente se adapta a perturbações externas.

Curiosamente, esses achados parecem indicar que estratanãgias impla­citas de aprendizado motor são mais propensas a erros de tarefas, que éa discrepa¢ncia entre o resultado de um movimento e o objetivo geral de uma tarefa motora especa­fica. Esse resultado contrasta fortemente com as evidaªncias coletadas em estudos anteriores, que mostraram que o componente impla­cito do aprendizado motor éinsensa­vel ao erro da tarefa. Uma possí­vel explicação para essa descoberta inesperada éque, de fato, hámais de um componente impla­cito de aprendizado motor,sensívela s caracteri­sticas da tarefa especa­fica que alguém estãotentando concluir e que não esta¡.

No futuro, as descobertas reunidas por Miyamoto e seus colegas podera£o servir de inspiração para estudos que investigam a possibilidade de que o aprendizado motor impla­cito seja afetado ainda mais por estratanãgias expla­citas. Por fim, isso poderia abrir caminho para novas descobertas sobre como os humanos podem aprender a executar tarefas sensãorio-motoras com mais eficiência, o que pode ter implicações importantes para o treinamento e treinamento esportivo.

 

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