Tecnologia Científica

Buraco negro inclina a luz sobre si mesmo
Um novo estudo aceito para publicaça£o no The Astrophysical Journal oferece evidaªncias de que, de fato, nem toda a luz que flui do disco circundante de um buraco negro escapa facilmente.
Por Whitney Clavin - 08/04/2020


Esta ilustração mostra como parte da luz que sai de um disco em torno de um
buraco negro écurvada de volta para o pra³prio disco devido a  gravidade do
monstruoso buraco negro. A luz érefletida novamente no disco. Os astrônomos que
usavam dados da agora extinta missão Rossi X-ray Timing Explorer (RXTE) da
NASA conseguiram distinguir entre a luz que vinha diretamente do disco e a luz que
era refletida. O material azulado que sai do buraco negro éum jato de
partículas energanãticas. Crédito: NASA / JPL-Caltech / R. Ferido (IPAC) /
R. Connors (Caltech)

Vocaª pode ter ouvido que nada escapa ao alcance gravitacional de um buraco negro, nem mesmo a  luz. Isso éverdade nas imediações de um buraco negro, mas um pouco mais longe - em discos de material que giram em torno de alguns buracos negros - a luz pode escapar. De fato, essa éa razãopela qual os buracos negros em crescimento ativo brilham com raios-X brilhantes.

Agora, um novo estudo aceito para publicação no The Astrophysical Journal oferece evidaªncias de que, de fato, nem toda a luz que flui do disco circundante de um buraco negro escapa facilmente. Parte disso cede a  atração monstruosa do buraco negro, vira-se e, finalmente, quica no disco e escapa.

"Observamos a luz vindo de muito perto do buraco negro que estãotentando escapar, mas épuxada de volta pelo buraco negro como um bumerangue", diz Riley Connors, principal autor do novo estudo e pesquisador de pa³s-doutorado na Caltech. "Isso éalgo que foi previsto na década de 1970, mas não havia sido mostrado atéagora".

As novas descobertas foram possa­veis graças a observações de arquivo da agora extinta missão Rossi X-ray Timing Explorer (RXTE) da NASA, que chegou ao fim em 2012. Os pesquisadores analisaram especificamente um buraco negro que éorbitado por um sol. como estrela; juntos, o par échamado XTE J1550-564. O buraco negro "se alimenta" desta estrela, puxando o material para uma estrutura plana ao seu redor chamada disco de acaºmulo . Ao olhar atentamente para a luz de raios-X vinda do disco enquanto a luz gira em direção ao buraco negro, a equipe encontrou impressaµes indicando que a luz havia sido dobrada de volta em direção ao disco e refletida.

"O disco estãoessencialmente se iluminando", diz o co-autor Javier Garcia, professor assistente de pesquisa de física da Caltech. "Os teóricos previram que fração da luz dobraria de volta no disco e agora, pela primeira vez, confirmamos essas previsaµes".

Os cientistas dizem que os novos resultados oferecem outra confirmação indireta da teoria geral da relatividade de Albert Einstein, e também ajudara£o em futuras medições das taxas de rotação dos buracos negros , algo que ainda épouco compreendido.

"Como os buracos negros podem potencialmente girar muito rápido, eles não apenas dobram a luz, mas a torcem", diz Connors. "Essas observações recentes são outra pea§a do quebra-cabea§a de tentar descobrir com que rapidez os buracos negros giram".

O novo estudo éintitulado "Evidaªncia para retorno da radiação de disco no XTEJ1550-564 bina¡rio de raios-X do buraco negro".

 

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