Tecnologia Científica

Nanoparta­culas minaºsculas oferecem grande potencial para tratamento de câncer no cérebro
As nanoparta­culas ganham entrada no cérebro porque foram projetadas para se parecerem com aminoa¡cidos, que são permitidos além da barreira hematoencefa¡lica como nutrientes.
Por Jennifer Chen - 09/04/2020

Crédito: Universidade de Yale

Para pacientes com tumores cerebrais malignos, o prognóstico permanece sombrio. Com os tratamentos mais agressivos dispona­veis, geralmente éesperado que os pacientes vivam cerca de 14 meses após um diagnóstico

Isso ocorre porque a quimioterapia, a forma mais comum de tratamento para o ca¢ncer, éum desafio aºnico para pacientes com tumores cerebrais . O delicado órgão de nossos cra¢nios éprotegido por uma rede de vasos e tecidos chamada barreira hematoencefa¡lica que mantanãm a maioria das substâncias estranhas afastadas. Além disso, os medicamentos quimiotera¡picos podem causar danos significativos ao resto do corpo se não conseguirem atingir o tumor em uma dose farmacologicamente significativa.

Esses desafios tem atormentado os cientistas hános, mas uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Yale e da Universidade Normal de Pequim acaba de publicar um estudo inovador detalhando um novo manãtodo que oferece uma promessa no tratamento. A solução? Nanopartículas

Nanoparta­culas,partículas que são menores que comprimentos de onda da luz visível e são podem ser vistas sob um microsca³pio especial, tem o potencial de passar pela barreira hematoencefa¡lica. Eles também podem transportar medicamentos para áreas especa­ficas do corpo, reduzindo os efeitos colaterais no resto do corpo. Mas as nanoparta­culas anteriores eram muito complexas e pouco eficientes em penetrar no cérebro.

Este artigo mais recente, publicado na Nature Biomedical Engineering em 30 de mara§o de 2020, descreve uma pequena nanoparta­cula de carbono projetada pelos dois laboratórios que poderiam fornecer medicamentos de quimioterapia atravanãs da barreira hematoencefa¡lica e marcar células tumorais com fluorescaªncia em camundongos. Além disso, essa nanoparta­cula éincrivelmente simples - composta de apenas um aºnico composto.

"Os principais problemas que resolvemos émelhorar a eficiência e a especificidade de entrega das nanoparta­culas", diz Jiangbing Zhou, Ph.D., professor associado de Neurocirurgia e de Engenharia Biomédica da Faculdade de Medicina de Yale. "Criamos nanoparta­culas como a construção de um ma­ssil. Geralmente, existe um GPS em cada ma­ssil para guia¡-lo para um local especa­fico e somos capazes de guiarpartículas para penetrar no cérebro e encontrar tumores".

O direcionamento semelhante ao GPS ocorre porque as nanoparta­culas projetadas para serem reconhecidas por uma molanãcula chamada LAT1, que estãopresente na barreira hematoencefa¡lica e em muitos tumores, mas não na maioria dos outros órgãos normais. Como resultado, os medicamentos quimiotera¡picos podem ser carregados nos pontos e tumores alvo, enquanto mal afetam o resto do corpo. As nanoparta­culas ganham entrada no cérebro porque foram projetadas para se parecerem com aminoa¡cidos, que são permitidos além da barreira hematoencefa¡lica como nutrientes.

As nanoparta­culas tem implicações mais amplas do que a administração de medicamentos . Eles podem ser estimulados a emitir uma fluorescaªncia, o que ajuda os cirurgiaµes a localizar o tumor para remover com maior precisão.

Ainda háum longo caminho pela frente antes que esta pesquisa possa ser aplicada em um ambiente cla­nico, diz o Dr. Zhou. "Demora muito tempo atéque a tecnologia possa ser traduzida em aplicações cla­nicas", diz ele. "Mas essa descoberta sugere uma nova direção para o desenvolvimento de nanoparta­culas para a entrega de drogas ao cérebro, visando moléculas LAT1".

 

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