Tecnologia Científica

INCT atua em pesquisas para diagnóstico e vacinas contra o coronava­rus
Grande parte dos pesquisadores foram reajustados para trabalhar em duas frentes: diagnóstico e desenvolvimento da plataforma de uma vacina contra o coronava­rus.
Por CNPq - 09/04/2020

Divulgação

Laborata³rio associado a um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tencologia (INCT) estãoatuando em ações de enfrentamento a  pandemia da Covid-19. a‰ o Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT-V), com sede no Centro de Pesquisas RenéRachou (CPqRR/Fiocruz), em Belo Horizonte (MG).

O INCT éum programa coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienta­fico e Tecnola³gico (CNPq) em parceria com o Ministanãrio da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), que reaºne, em rede, diversas instituições de pesquisa e ensino para trabalharem em cooperação em temas estratanãgicos para opaís.

De acordo com o coordenador do INCT-V, Ricardo Gazzinelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador saªnior do Centro de Pesquisas RenéRachou e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, a equipe mudou radicalmente sua rotina para enfrentar essa ameaa§a. Grande parte dos pesquisadores foram reajustados para trabalhar em duas frentes: diagnóstico e desenvolvimento da plataforma de uma vacina contra o coronava­rus.

As ações estãoreunidas no projeto Desenvolvimento de testes de diagnóstico molecular e sorola³gico para Covid-19, que conta,além do apoio do CNPq e MCTIC por meio do INCT, com recursos da Fundação de Amparo a  Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Gazzinelli coordena o estudo, que trabalha com várias plataformas de vacinas.

Uma delas utiliza o va­rus da influenza como um vetor vacinal. Segundo o pesquisador, nesta técnica estabelecida pelo pesquisador da Fiocruz-Minas Alexandre Machado, o va­rus usado éatenuado, ou seja, não replica a doena§a, mas induz a resposta imunola³gica. "Como a influenza e o Coronava­rus infectam as mesmas células e tecidos, achamos que essa pode ser uma vacina eficiente", explica. O grupo estãoconstruindo este va­rus da influenza expressando a protea­na desuperfÍcie do coronava­rus-2 (CoV-2). "A ideia éusa¡-la como uma vacina ambivalente, servindo contra a influenza e contra o CoV-2".

LONGO CAMINHO

O coordenador lembra, entretanto, que o desenvolvimento de uma vacina não étão rápido como se gostaria. "Normalmente, o processo demora um ano a dois anos e meio, mesmo em tempos de urgências, como o que estamos vivendo".

Sera¡ preciso aguardar para a obtenção de uma vacina contra o CoV-2, por outro lado os testes se encontram a todo vapor no CT-Vacinas. Liderado por professores da UFMG, o grupo do INCT-V conseguiu rapidamente estabelecer o teste molecular em Minas Gerais. 

Segundo Ricardo Gazzinelli, atualmente o grupo - que conta com a participação dos docentes  Santuza Teixeira, Fla¡vio da Fonseca e Pedro Alves - presta serviço para vários hospitais mineiros, além de ter repassado a metodologia para outros laboratórios da UFMG que, por sua vez, também realizam servia§os para hospitais. ¿Dessa forma, o CT-Vacinas desempenhou um papel central para atender a comunidade na realização de testes moleculares do coronava­rus¿, destaca.

Já a professora da UFMG Ana Paula Fernadez estãodesenvolvendo a aplicação de um teste rápido para o coronava­rus que fornea§a o resultado em atéuma hora. ¿Isso éfundamental para se fazer a triagem em uma grande população. Já ta­nhamos essa tecnologia funcionando, agora estamos a modificando para o enfrentamento da Covid-19¿, ressalta.

Gazzinelli destaca que o investimento na ciência não pode parar. "Imagine um carro: épreciso muito mais força para fazer um carro andar quando ele estãototalmente parado, do que quando ele estãoandando - ainda que devagar. a‰ preciso que a ciência seja financiada o tempo todo para que esses grupos não precisem recomea§ar do zero quando tivermos um problema desses", ressalta.

CENTRO DE TECNOLOGIA DE VACINAS

O CT-Vacinas éum laboratório instalado no Parque tecnola³gico de Belo Horizonte (BH-TEC) com o objetivo estabelecer um ambiente de pesquisa adequado para o desenvolvimento e inovação tecnologiica. Sua criação ocorreu graças a  iniciativa de um grupo de pesquisadores da UFMG e Fiocruz Minas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT-V).

De acordo com Gazzinelli, o INCT-V atua basicamente com três linhas de pesquisa: entendimento dos mecanismos de defesa do organismo contra processos infecciosos; aquisição de tecnologias de vacina; e testes das vacinas. Ele destaca que, atualmente, existem várias metodologias para fazer uma vacina "Pode-se usar uma protea­na recombinante ou um pata³geno atenuado essa variedade émuito importante, já que podemos variar nas formulações", conta.

 

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