Tecnologia Científica

Ca¢mara de oza´nio criada na USP descontamina atémil máscaras em duas horas
Pesquisadores do Instituto de Fa­sica de Sa£o Carlos (IFSC) da USP estudam o uso da ca¢mara em central de descontaminação para atender instituia§aµes de saúde da regia£o de Sa£o Carlos
Por Júlio Bernardes - 16/04/2020


Apa³s quatro ciclos de va¡cuo, ca¢mara eliminou todos os micro-organismos, poranãm
pesquisadores adotaram operação em sete ciclos para aumentar segurança 
Foto: IFSC osDivulgação

No Instituto de Fa­sica de Sa£o Carlos (IFSC) da USP, pesquisadores criaram uma ca¢mara de oza´nio para descontaminar máscaras respirata³rias e equipamentos de proteção individual (EPIs) utilizados por profissionais de saúde no combate a  covid-19. As máscaras são colocadas no interior da ca¢mara, onde passam por ciclos de va¡cuo e atmosfera saturada de oza´nio, penetrando em todos as partes e promovendo sua descontaminação. Com o equipamento, o Grupo de a“ptica do IFSC estuda a criação de uma central de descontaminação das máscaras usadas nos hospitais da regia£o de Sa£o Carlos, no interior de Sa£o Paulo.

As máscaras usadas são colocadas dentro de um saco de polianãster trana§ado e colocadas no interior da ca¢mara. Em seguida, inicia-se o processo por meio de ciclos de va¡cuo (remoção do ar da ca¢mara) e injeção de oza´nio produzido por um gerador acoplado a  ma¡quina. Apa³s sete ciclos, levando um tempo total de duas horas, todas as máscaras estãodescontaminadas e prontas para serem usadas novamente. O sistema de va¡lvulas, controlado por um micro-processador, comanda todos os passos da operação do equipamento.

Apa³s remoção da ca¢mara, as máscaras são colocadas em sacos pla¡sticos, também descontaminados com oza´nio, e ficam prontas para reutilização. A ca¢mara tem capacidade de descontaminar de 800 a 1.000 máscaras por ciclo, podendo também descontaminar outros tipos de EPI (equipamentos de proteção individual). O sistema étodo micro-processado e trabalha com ciclos de va¡cuo e exposição ao oza´nio, que otimizam a eliminação dos micro-organismos.

Todos os micro-organismos foram eliminados após quatro ciclos, mas os pesquisadores adotaram a operação com sete ciclos para aumentar a segurança. Sa£o 7 ordens logara­tmicas (10 milhões de vezes) na diminuição microbiana em todas as partes de cada ma¡scara. A ca¢mara não necessita de estrutura especial para a operação. Tubos especiais permitem fazer a exaustão do ar de seu interior e do oza´nio para fora do local. A tampa da ca¢mara de oza´nio éhermeticamente fechada, dando adequada proteção de uso, sendo um sistema totalmente automatizado. Basta colocar as ma¡scaras, apertar o botão e aguardar o tempo: uma luz indica o final da operação.

Central de Descontaminação

O Grupo de a“ptica do IFSC estuda criar uma central de descontaminação de máscaras em Sa£o Carlos, para que os hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) e Unidades Ba¡sicas de Saúde (UBS) da regia£o possam trazer suas máscaras a cada dois ou três dias, para serem descontaminadas e devolvidas a  procedaªncia. Desta forma, apenas uma unidade poderia dar conta de uma regia£o, o que nada impede que cada hospital tenha sua unidade própria.

Grupo de a“ptica do IFSC estuda criar central de descontaminação para que instituições de
saúde da regia£o de Sa£o Carlos possam trazer suas máscaras a cada dois ou três dias
 Foto: IFSC osDivulgação

De acordo com o professor Vanderlei Bagnato, pesquisador do Grupo de a“ptica do IFSC, que idealizou e desenvolveu o equipamento, érecomendado que as máscaras sejam identificadas por seus usuários (pequena etiqueta de fita com nome) ospara que o mesmo usua¡rio sempre utilize sua própria ma¡scara após a descontaminação. Embora o procedimento não seja necessariamente obrigata³rio, ele deixa os usuários mais conforta¡veis, ressalta Bagnato.

O uso intenso de máscaras de proteção respirata³ria pela população e pelos profissionais da saúde no combate a¡ covid-19 vem causando uma escassez de máscaras respirata³rias profissionais em todo o mundo. Uma mesma ma¡scara pode ser utilizada em hospitais por sete dias ou mais, por isso a reciclagem éapontada como forma de amenizar o problema.

O oza´nio (molanãcula reativa de oxigaªnio) éconhecido como dos mais rápidos e eficazes agentes microbicidas, tanto para bactanãrias quanto para va­rus. O oza´nio age oxidando a camada proteica (envelope do va­rus), modificando sua estrutura e destruindo completamente a funcionalidade do va­rus. A descontaminação na ca¢mara éfeita em via seca, sem temperatura e sem danos na estrutura das ma¡scaras.

O Centro de a“ptica e Fota´nica do IFSC, do qual faz parte o Grupo de a“ptica, recebe financiamento da Fundação de Amparo a  Pesquisa do Estado de Sa£o Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienta­fico e Tecnola³gico (CNPq) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e trabalha hámais de dez anos em processos de descontaminação de alimentos, órgãos para transplantes e infecções do trato respirata³rio, usando ação fotodina¢mica, UV e oza´nio. Os trabalhos cienta­ficos sobre publicados pelos pesquisadores do Cepof estãodisponí­veis no site http://cepof.ifsc.usp.br.

Com informações de Rui Sintra, da Assessoria de Comunicação do IFSC

Mais informações: e-mail rsintra@gmail.com, com Rui Sintra

 

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