Tecnologia Científica

Anticorpo projetado para reconhecer patógenos da doença de Alzheimer
Os pesquisadores descobriram uma maneira de projetar um anticorpo que pode identificar aspartículas ta³xicas que destroem as células cerebrais sauda¡veis ​​- um avanço potencial na luta contra a doença de Alzheimer.
Por Sarah Collins - 26/05/2020


Modelo de camundongo da doença de AlzheimerCrédito: Strittmatter
Laboratory, Universidade de Yale

Seu manãtodo écapaz de reconhecer essaspartículas ta³xicas, conhecidas como oliga´meros beta-amila³ides, que são a marca registrada da doena§a, levando a  esperana§a de que novos manãtodos de diagnóstico possam ser desenvolvidos para a doença de Alzheimer e outras formas de demaªncia.

A equipe, da Universidade de Cambridge, da University College London e da Lund University, projetou um anticorpo altamente preciso para detectar oliga´meros ta³xicos e quantificar seus números. Seus resultados são relatados nos Anais da Academia Nacional de Ciências (PNAS) .

"Ha¡ uma necessidade urgente e não atendida de manãtodos quantitativos para reconhecer oliga´meros - que desempenham um papel importante na doença de Alzheimer, mas são muito ilusãorios para estratanãgias padrãode descoberta de anticorpos", disse a professora Michele Vendruscolo, do Centro de Doena§as Dobradas de Cambridge, que liderou a pesquisa. "Atravanãs da nossa estratanãgia de design inovador, agora descobrimos anticorpos para reconhecer essaspartículas ta³xicas".

A demaªncia éuma das principais causas de morte no Reino Unido e custa mais de 26 bilhaµes de libras a cada ano, número que deve dobrar nos pra³ximos 25 anos. As estimativas colocam o custo atual para a economia global em quase 1 trilha£o de libras por ano.

A doença de Alzheimer, a forma mais prevalente de demaªncia, leva a  morte de células nervosas e perda de tecido em todo o cérebro, resultando em falha de memória, alterações de personalidade e problemas nas atividades dia¡rias.

Grupos anormais de protea­nas chamadas oliga´meros foram identificados pelos cientistas como a causa mais prova¡vel de demaªncia. Embora as protea­nas sejam normalmente responsa¡veis ​​por importantes processos celulares, de acordo com a hipa³tese amila³ide, quando as pessoas tem a doença de Alzheimer, essas protea­nas - incluindo especificamente as protea­nas beta-amila³ides - tornam-se desonestas e matam células nervosas sauda¡veis.

As protea­nas precisam ser rigorosamente reguladas para funcionar corretamente. Quando esse processo de controle de qualidade falha, as protea­nas se dobram, iniciando uma reação em cadeia que leva a  morte das células cerebrais. Protea­nas mal dobradas formam grupos anormais chamados placas que se acumulam entre as células do cérebro, impedindo-as de sinalizar adequadamente. As células cerebrais agonizantes também contem emaranhados, fios trana§ados de protea­nas que destroem um sistema vital de transporte celular, o que significa que nutrientes e outros suprimentos essenciais não podem mais se mover atravanãs das células.

Houve mais de 400 ensaios clínicos para a doença de Alzheimer, mas nenhum medicamento que possa modificar o curso da doença foi aprovado. No Reino Unido, a demaªncia éa única condição entre as 10 principais causas de morte sem tratamento para prevenir, interromper ou retardar sua progressão.

"Embora a hipa³tese amila³ide seja uma visão predominante, ela não foi totalmente validada em parte porque os oliga´meros beta-amila³ides são tão difa­ceis de detectar, por isso existem opiniaµes divergentes sobre o que causa a doença de Alzheimer", disse Vendruscolo. "A descoberta de um anticorpo para atingir com precisão os oliga´meros anã, portanto, um passo importante para monitorar a progressão da doena§a, identificar sua causa e, eventualmente, mantaª-la sob controle".

A falta de manãtodos para detectar oliga´meros tem sido um grande obsta¡culo no progresso das pesquisas sobre a doença de Alzheimer. Isso prejudicou o desenvolvimento de intervenções diagnósticas e terapaªuticas eficazes e levou a incertezas sobre a hipa³tese amila³ide.

"Os oliga´meros são difa­ceis de detectar, isolar e estudar", disse Francesco Aprile, primeiro autor do estudo. "Nosso manãtodo permite a geração de moléculas de anticorpo capazes de atingir oliga´meros, apesar de sua heterogeneidade, e esperamos que possa ser um passo significativo para novas abordagens de diagnóstico".

O manãtodo baseia-se em uma abordagem para descoberta de anticorpos desenvolvida nos últimos dez anos no Centro de Doena§as Dobradas. Com base na montagem computacional das montagens anticorpo-anta­geno, o manãtodo permite o desenho de anticorpos para anta­genos que são altamente desafiadores, como aqueles que vivem apenas por um período muito curto.

Ao usar uma estratanãgia de projeto racional que permite atingir regiaµes especa­ficas, ou epa­topos, dos oliga´meros, e uma ampla gama de experimentos in vitro e in vivo, os pesquisadores projetaram um anticorpo com pelo menos três ordens de magnitude de maior afinidade para os oliga´meros sobre outras formas de beta amila³ide. Esta diferença éa caracterí­stica principal que permite ao anticorpo quantificar especificamente oliga´meros em amostras in vitro e in vivo.

A equipe espera que essa ferramenta permita a descoberta de melhores candidatos a medicamentos e o design de melhores ensaios clínicos para pessoas afetadas pela doença debilitante. Eles também co-fundaram a Wren Therapeutics, uma empresa de biotecnologia baseada na Incubadora de Quí­mica da Saúde, no recanãm-inaugurado edifa­cio da Quí­mica da Saúde, cuja missão épegar as ideias desenvolvidas na Universidade de Cambridge e traduzi-las para encontrar novos medicamentos para tratar a doença de Alzheimer e outros distúrbios de desdobramento de protea­nas.

O anticorpo foi patenteado pela Cambridge Enterprise, o braa§o de comercialização da Universidade.

 

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