Terremotos profundos - aqueles pelo menos 300 quila´metros abaixo dasuperfÍcie - normalmente não causam danos, mas são frequentemente sentidos.
Domanio paºblico
Uma nova compreensão dos terremotos mais profundos do nosso planeta poderia ajudar a desvendar um dos processos geofasicos mais misteriosos da Terra.
Terremotos profundos - aqueles pelo menos 300 quila´metros abaixo dasuperfÍcie - normalmente não causam danos, mas são frequentemente sentidos. Esses terremotos podem fornecer pistas vitais para entender as placas tecta´nicas e a estrutura do interior da Terra. Devido a temperatura e a s pressaµes extremamente altas onde ocorrem terremotos profundos, eles provavelmente se originam de diferentes processos fasicos e químicos que os terremotos pra³ximos a superfÍcie. Mas édifacil coletar informações sobre terremotos profundos, para que os cientistas não tenham uma explicação sãolida sobre o que os causa.
"Este éo primeiro modelo que realmente reaºne as equações físicas que descrevem o afundamento das placas e as principais propriedades físicas das rochas",
Magali Billen.
"Nãopodemos ver diretamente o que estãoacontecendo onde ocorrem terremotos profundos", disse Magali Billen, professora de geofasica no Departamento de Ciências da Terra e Ciências Planeta¡rias da UC Davis.
O que estãocausando terremotos profundos?
Billen constra³i simulações numanãricas de zonas de subducção, onde uma placa afunda abaixo da outra, para entender melhor as forças que controlam as placas tecta´nicas. Seu trabalho recente ajuda a explicar a distribuição de terremotos profundos, mostrando que eles costumam ocorrer em regiaµes de "alta tensão", onde uma placa tecta´nica afunda e se dobra.
"Esses modelos fornecem evidaªncias convincentes de que a taxa de deformação éum fator importante no controle de onde ocorrem terremotos profundos", disse ela.
O novo entendimento de que a deformação éum fator importante em terremotos profundos deve ajudar os cientistas a resolver quais mecanismos desencadeiam terremotos profundos e pode fornecer novas restrições a estrutura e dina¢mica da zona de subducção, disse Billen.
"Quando entendermos melhor a física profunda dos terremotos , poderemos extrair ainda mais informações sobre a dina¢mica da subducção, o principal fator da placa tecta´nica", disse ela.
Suas descobertas foram publicadas neste 27 de maio na revista Science Advances .
Nova maneira de estudar terremotos profundos
Terremotos profundos ocorrem em zonas de subducção - onde uma das placas tecta´nicas flutuando nasuperfÍcie da Terra mergulha em outra e é"subdividida" no manto. Nas lajes afundantes da crosta, os terremotos se aglomeram em algumas profundidades e são escassos em outras. Por exemplo, muitas lajes exibem grandes lacunas na atividade sasmica abaixo de 410 quila´metros de profundidade.
As lacunas na sismicidade estãoalinhadas com as regiaµes da laje que se deformam mais lentamente nos modelos numanãricos, disse Billen.
"Deformação não éa mesma em todos os lugares", disse Billen. "Isso érealmente o que háde novo aqui."
A pesquisa de Billen não se destinava originalmente a investigar terremotos profundos. Em vez disso, ela estava tentando entender o lento movimento de vaivanãm das trincheiras do oceano profundo, onde as placas se dobram para baixo nas zonas de subducção.
"Decidi, por curiosidade, trazr a deformação no prato e, quando olhei para a trama, a primeira coisa que me veio a mente foi 'uau, isso parece a distribuição de terremotos profundos'", disse ela. "Foi uma surpresa total."
Imitando a terra profunda
O modelo de Billen incorpora os dados mais recentes sobre fena´menos como a densidade de minerais, diferentes camadas na placa afundante e observações experimentais de como as rochas se comportam a altas temperaturas e pressaµes.
"Este éo primeiro modelo que realmente reaºne as equações físicas que descrevem o afundamento das placas e as principais propriedades físicas das rochas", disse Billen.
Os resultados não podem distinguir entre as possaveis causas de terremotos profundos. No entanto, eles fornecem novas maneiras de explorar o que os causa, disse Billen.
"Levar em conta a restrição adicional da taxa de deformação deve ajudar a resolver quais mecanismos estãoativos na litosfera subdividida, com a possibilidade de vários mecanismos serem necessa¡rios", disse ela.
O projeto foi apoiado por uma bolsa da Fundação Alexander von Humboldt e um praªmio da National Science Foundation. A Infraestrutura Computacional para Geodina¢mica suporta o software CitcomS usado para simulações numanãricas.