Nova abordagem leva as bactanãrias a produzir potenciais antibia³ticos, compostos antiparasita¡rios
Os pesquisadores queriam superar um problema de décadas que confronta aqueles que esperam estudar e utilizar os inúmeros compostos antibia³ticos, antifúngicos e antiparasita¡rios que as bactanãrias podem produzir

Os pesquisadores usaram uma variedade de técnicas, incluindo a mineração de genoma, para identificar bactanãrias que produzem compostos defensivos em resposta a exposição hormonal. Sua abordagem ajudara¡ na descoberta de novos antibia³ticos e outras moléculas medicamente aºteis. Crédito: Julie McMahon
Pesquisadores desenvolveram um manãtodo para estimular a produção de novos compostos antibia³ticos ou antiparasita¡rios que se escondem nos genomas das actinobactanãrias, que são a fonte de medicamentos como a actinomicina e a estreptomicina e são conhecidos por abrigar outras riquezas químicas inexploradas. Os cientistas relatam suas descobertas na revista eLife .
Os pesquisadores queriam superar um problema de décadas que confronta aqueles que esperam estudar e utilizar os inúmeros compostos antibia³ticos, antifúngicos e antiparasita¡rios que as bactanãrias podem produzir, disse Satish Nair, professor de bioquímica da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, que liderou a pesquisa.
"Em condições de laboratório, as bactanãrias não produzem o número de moléculas que tem a capacidade de produzir", disse ele. "E isso éporque muitos são regulados por horma´nios de pequenas moléculas que não são produzidos, a menos que as bactanãrias estejam ameaa§adas".
Nair e seus colegas queriam determinar como esses horma´nios influenciam a produção de antibia³ticos nas actinobactanãrias. Ao expor suas bactanãrias ao horma´nio certo ou a combinação de horma´nios, os pesquisadores esperam estimular os micróbios a produzir novos compostos que sejam medicamente aºteis.
A equipe se concentrou no avenolide, um horma´nio que émais quimicamente esta¡vel do que o usado em estudos anteriores de horma´nios bacterianos. O avenolide regula a produção de um composto antiparasita¡rio conhecido como avermectina em um micróbio do solo. Uma versão quimicamente modificada desse composto, a ivermectina, éusada como tratamento para a cegueira dos rios, uma doença transmitida por moscas que cegou milhões de pessoas, principalmente na áfrica subsaariana, antes do desenvolvimento da droga.
Para o novo estudo, a estudante de química Iti Kapoor desenvolveu um processo mais simplificado para sintetizar avenolida em laboratório do que o disponavel anteriormente. Isso permitiu a equipe estudar as interações do horma´nio com seu receptor, tanto dentro como fora das células bacterianas.
"Usando um manãtodo chamado cristalografia de raios X, o estudante de graduação em bioquímica Iti e Philip Olivares foi capaz de determinar como o horma´nio se liga ao seu receptor e como o receptor se liga ao DNA na ausaªncia de horma´nios", disse Nair. "Normalmente, esses receptores ficam no genoma e basicamente atuam como freios".
Os pesquisadores descobriram que quando o horma´nio se liga a ele, o receptor perde sua capacidade de se apegar ao DNA. Isso desliga os freios, permitindo que o organismo produza compostos defensivos como antibia³ticos.
O conhecimento de quais regiaµes do receptor estãoenvolvidas na ligação ao horma´nio e ao DNA permitiu a equipe escanear os genomas de dezenas de actinobactanãrias para encontrar sequaªncias que tinham as caracteristicas certas para se ligar ao receptor ou a receptores similares . Esse processo, chamado mineração de genoma, permitiu a equipe identificar 90 actinobactanãrias que parecem ser reguladas por avenolida ou outros horma´nios da mesma classe.
"Nosso projeto a longo prazo épegar essas 90 bactanãrias, cultiva¡-las em laboratório, adicionar horma´nios quimicamente sintetizados e ver quais novas moléculas estãosendo produzidas", disse Nair. "A beleza de nossa abordagem éque agora podemos fazer com que as bactanãrias produzam grandes quantidades de moléculas que normalmente não conseguiraamos produzir em laboratório".