Tecnologia Científica

Fena´meno universal compartilhado por tumores metasta¡ticos da pra³stata
Meta¡stase do câncer de pra³stata ligada ao renascimento do programa molecular adormecido ativado primeiro no desenvolvimento fetal
Por Richard Saltus - 21/07/2020


Pixabay

Quando o câncer de pra³stata progride para um estado metasta¡tico mais perigoso, ele o faz ressuscitando mecanismos moleculares adormecidos que guiaram o desenvolvimento fetal da gla¢ndula prosta¡tica, mas foram posteriormente desligados, dizem cientistas do Instituto de Ca¢ncer Dana-Farber, afiliado a Harvard .

O estudo, uma colaboração internacional com  o Netherlands Cancer Institute , foi publicado na  Nature Genetics . "Isso mostra que programas específicos que funcionavam durante o desenvolvimento fetal da pra³stata são reativados durante doenças metasta¡ticas", disse  Matthew Freedman, oncologista médico da Dana-Farber e autor correspondente do relatório. "A reativação desses programas épresumivelmente importante para a disseminação da doença e, se pudermos entendaª-la melhor e potencialmente bloquear ou inibir o processo, pode nos ajudar a suprimir a doença metasta¡tica da pra³stata".

A percepção, obtida em um dos maiores estudos de mapeamento da paisagem epigenanãtica em tecidos normais, cancera­genos e metasta¡ticos da pra³stata, poderia estabelecer as bases para identificar maneiras de diminuir ou impedir o ini­cio e a disseminação do câncer de pra³stata, dizem os pesquisadores. Os autores propaµem que o estudo abrangente das alterações epigenanãticas no câncer de pra³stata "éfundamental para entender os mecanismos subjacentes a  progressão do tumor" e identificar alvos terapaªuticos e vulnerabilidades via¡veis.

"Ficamos surpresos ao ver que esse era um fena´meno universal, compartilhado por todos os tumores metasta¡ticos da pra³stata que estudamos"

Wilbert Zwart

A descoberta reflete a natureza astuciosa e eficiente das estratanãgias de sobrevivaªncia do ca¢ncer. Os pesquisadores mostraram que as células de um tumor de pra³stata localizado não precisam adotar um novo mecanismo para adquirir as caracteri­sticas que lhes permitem migrar para longe de sua origem e viajar pelo corpo. Em vez disso, eles reativam uma via molecular que, no embria£o e no feto em desenvolvimento, permitiu que as células se movessem e invadissem tecidos para formar a pra³stata no desenvolvimento fetal. Então, não mais necessa¡rio, o caminho foi fechado na pra³stata madura. Embora silenciada, a "memória" molecular do mecanismo permaneceu presente no epigenoma das células da pra³stata.

"Amedida que a canãlula cancera­gena procura maneiras de crescer e produzir meta¡stases, ela parece acessar e seqa¼estrar o programa que émais facilmente 'visível' - o site de desenvolvimento marcado", explicou Mark Pomerantz, co-primeiro autor do relatório. Ele éoncologista médico no Lank Center for Genitourinary Oncology em Dana-Farber. "O desenvolvimento éum período de grande movimento e um período de grande invasão - caracteri­sticas semelhantes que são usadas pelas células tumorais para metastizar", explicou Freedman.

"Ficamos surpresos ao ver que esse era um fena´meno universal, compartilhado por todos os tumores metasta¡ticos da pra³stata que estudamos", disse Wilbert Zwart, do Instituto do Ca¢ncer da Holanda e coautor correspondente do estudo.

O câncer de pra³stata pode ser visto como uma doença epigenanãtica. Epigenanãtica significa literalmente "acima" ou "em cima de" genanãtica e refere-se a modificações que ativam ou desativam genes sem alterar a sequaªncia de DNA.

Os pesquisadores dizem que o estudo produziu o maior conjunto de dados epigena´micos da biologia da pra³stata, abrangendo tumores normais da pra³stata e doenças metasta¡ticas da pra³stata. "a‰ um cena¡rio que servira¡ de base para inúmeros outros pesquisadores utilizarem esses dados em seus pra³prios experimentos", disse Pomerantz.

Os pesquisadores analisaram 268 conjuntos de dados epigenanãticos de amostras derivadas de pacientes relacionadas a  transição do tecido normal da pra³stata para tumores localizados da pra³stata e de tumores localizados para doenças metasta¡ticas. Eles integraram os conjuntos de dados para identificar milhares de sites no genoma da pra³stata que regulam a expressão de genes pra³ximos e distantes. A reconfiguração especa­fica desses elementos reguladores gaªnicos estãoimplicada na formação e progressão do tumor da pra³stata. Para demonstrar a ampla utilidade dos dados, os pesquisadores também observaram que o ca³digo de DNA desses elementos reguladores "estava fortemente associado a  herdabilidade do risco de câncer de pra³stata" - ou seja, essas regiaµes abrigavam variantes genanãticas que aumentam a probabilidade de alguém desenvolver câncer de pra³stata .

"Este trabalho foi o resultado de muitos anos de intensa colaboração internacional e um excelente exemplo de como o trabalho em equipe internacional avana§a no campo para entender melhor o ca¢ncer", disse Zwart.

Este estudo foi financiado por Rebecca e Nathan Milikowsky, um Prostate Cancer Foundation Challenge Award, National Institutes of Health (bolsas R01GM107427, R01CA193910, K0813CA218530), bolsa VIDI da Organização Holandesa de Pesquisa Cienta­fica, Sociedade Holandesa de Ca¢ncer / Alpe d'HuZes (10084) e Oncode Institute, Jean Perkins Foundation, Prostate Cancer Foundation, STOP Cancer Foundation, Departamento de Defesa dos EUA (concessão W81XWH-14-1-0273), HL Snyder Foundation e National Cancer Institute / National Institutes of Health (concessão P50CA092131).

O SPORE de câncer de pra³stata do Paca­fico noroeste (concessão P50 CA097186), o Departamento de Defesa (concessão W81XWH-17-1-0415, P01 CA163227) e o Institute for Prostate Cancer Research apoiaram o estabelecimento e a geração dos modelos LuCaP PDXs.

 

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