Pesquisadores desenvolvem uma fibra a³ptica feita de gel derivado de algas marinhas
Os pesquisadores testaram a fibra em diferentes meios, do ar e da águaao etanol e acetona, concluindo que ésensavel ao contexto.

Comestaveis, biocompataveis e biodegrada¡veis, essas fibras tem potencial para diversas aplicações médicas. Crédito: Eric Fujiwara
Uma fibra a³ptica feita de a¡gar foi produzida na Universidade de Campinas (UNICAMP), no estado de Sa£o Paulo, Brasil. Este dispositivo écomestavel, biocompatavel e biodegrada¡vel. Pode ser usado in vivo para geração de imagens da estrutura corporal, entrega localizada de luz em fototerapia ou optogenanãtica (por exemplo, estimulando neura´nios com luz para estudar circuitos neurais em um cérebro vivo) e entrega localizada de medicamentos.
Outra aplicação possível éa detecção de microrganismos em órgãos específicos, caso em que a sonda seria completamente absorvida pelo organismo após desempenhar sua função.
O projeto de pesquisa, apoiado pela Fundação de Pesquisa de Sa£o Paulo - FAPESP, foi liderado por Eric Fujiwara, professor da Escola de Engenharia Meca¢nica da UNICAMP, e Cristiano Cordeiro, professor do Instituto de Fasica Gleb Wataghin da UNICAMP, em colaboração com Hiromasa Oku, um professor da Universidade Gunma no Japa£o.
Um artigo sobre o estudo épublicado no Scientific Reports .
"O fato de o gel sofrer alterações estruturais em resposta a variações de temperatura, umidade e pH torna a fibra adequada para a detecção a³ptica"
Fujiwara.
O a¡gar, também chamado a¡gar-a¡gar, éuma gelatina natural obtida a partir de algas marinhas. Sua composição consiste em uma mistura de dois polissacaradeos, agarose e agaropectina. "Nossa fibra a³ptica éum cilindro de a¡gar com dia¢metro externo de 2,5 mm [mm] e um arranjo interno regular de seis furos cilandricos de 0,5 mm em torno de um núcleo sãolido. A luz éconfinada devido a diferença entre os andices de refração do núcleo de a¡gar e os furos ", disse Fujiwara.
"Para produzir a fibra, despejamos agar de qualidade alimentar em um molde com seis hastes internas colocadas longitudinalmente ao redor do eixo principal", continuou ele. "O gel se distribui para preencher o espaço disponavel. Apa³s o resfriamento, as hastes são removidas para formar buracos de ar e o guia de ondas solidificado éliberado do molde. O andice de refração e a geometria da fibra podem ser adaptados variando a composição do a¡gar. projeto de solução e molde, respectivamente. "
Os pesquisadores testaram a fibra em diferentes meios, do ar e da águaao etanol e acetona, concluindo que ésensavel ao contexto. "O fato de o gel sofrer alterações estruturais em resposta a variações de temperatura, umidade e pH torna a fibra adequada para a detecção a³ptica", disse Fujiwara.
Outra aplicação promissora éseu uso simulta¢neo como sensor a³ptico e meio de crescimento para microorganismos. "Nesse caso, o guia de ondas pode ser projetado como uma unidade de amostra descarta¡vel contendo os nutrientes necessa¡rios. As células imobilizadas no dispositivo seriam detectadas opticamente e o sinal seria analisado usando uma ca¢mera ou espectra´metro", disse ele.