Tecnologia Científica

Pesquisadores desenvolvem uma fibra a³ptica feita de gel derivado de algas marinhas
Os pesquisadores testaram a fibra em diferentes meios, do ar e da águaao etanol e acetona, concluindo que ésensa­vel ao contexto.
Por José Tadeu Arantes - 27/07/2020


Comesta­veis, biocompata­veis e biodegrada¡veis, essas fibras tem potencial para diversas aplicações médicas. Crédito: Eric Fujiwara

Uma fibra a³ptica feita de a¡gar foi produzida na Universidade de Campinas (UNICAMP), no estado de Sa£o Paulo, Brasil. Este dispositivo écomesta­vel, biocompata­vel e biodegrada¡vel. Pode ser usado in vivo para geração de imagens da estrutura corporal, entrega localizada de luz em fototerapia ou optogenanãtica (por exemplo, estimulando neura´nios com luz para estudar circuitos neurais em um cérebro vivo) e entrega localizada de medicamentos.

Outra aplicação possí­vel éa detecção de microrganismos em órgãos específicos, caso em que a sonda seria completamente absorvida pelo organismo após desempenhar sua função.

O projeto de pesquisa, apoiado pela Fundação de Pesquisa de Sa£o Paulo - FAPESP, foi liderado por Eric Fujiwara, professor da Escola de Engenharia Meca¢nica da UNICAMP, e Cristiano Cordeiro, professor do Instituto de Fa­sica Gleb Wataghin da UNICAMP, em colaboração com Hiromasa Oku, um professor da Universidade Gunma no Japa£o.

Um artigo sobre o estudo épublicado no Scientific Reports .

"O fato de o gel sofrer alterações estruturais em resposta a variações de temperatura, umidade e pH torna a fibra adequada para a detecção a³ptica"

Fujiwara.

O a¡gar, também chamado a¡gar-a¡gar, éuma gelatina natural obtida a partir de algas marinhas. Sua composição consiste em uma mistura de dois polissacara­deos, agarose e agaropectina. "Nossa fibra a³ptica éum cilindro de a¡gar com dia¢metro externo de 2,5 mm [mm] e um arranjo interno regular de seis furos cila­ndricos de 0,5 mm em torno de um núcleo sãolido. A luz éconfinada devido a  diferença entre os a­ndices de refração do núcleo de a¡gar e os furos ", disse Fujiwara.

"Para produzir a fibra, despejamos agar de qualidade alimentar em um molde com seis hastes internas colocadas longitudinalmente ao redor do eixo principal", continuou ele. "O gel se distribui para preencher o espaço dispona­vel. Apa³s o resfriamento, as hastes são removidas para formar buracos de ar e o guia de ondas solidificado éliberado do molde. O a­ndice de refração e a geometria da fibra podem ser adaptados variando a composição do a¡gar. projeto de solução e molde, respectivamente. "

Os pesquisadores testaram a fibra em diferentes meios, do ar e da águaao etanol e acetona, concluindo que ésensa­vel ao contexto. "O fato de o gel sofrer alterações estruturais em resposta a variações de temperatura, umidade e pH torna a fibra adequada para a detecção a³ptica", disse Fujiwara.

Outra aplicação promissora éseu uso simulta¢neo como sensor a³ptico e meio de crescimento para microorganismos. "Nesse caso, o guia de ondas pode ser projetado como uma unidade de amostra descarta¡vel contendo os nutrientes necessa¡rios. As células imobilizadas no dispositivo seriam detectadas opticamente e o sinal seria analisado usando uma ca¢mera ou espectra´metro", disse ele.

 

.
.

Leia mais a seguir