Tecnologia Científica

Cientistas se aproximam do exame de sangue para a doença de Alzheimer
Desenvolver esse teste tem sido um objetivo hámuito procurado, e os cientistas alertam que a nova abordagem ainda precisa de mais validaa§a£o e ainda não estãopronta para uso amplo.
Por Marilynn Marchione - 28/07/2020


Nesta imagem do va­deo fornecido pela Universidade de Washington, o pesquisador Nicolas Barthelemy trabalha em um teste p-tau217 para a doença de Alzheimer em um laboratório em St. Louis, Missouri, na segunda-feira, 27 de julho de 2020. Va¡rias empresas e universidades desenvolveram versaµes do esses testes, que procuram uma forma de protea­na tau, uma das substâncias que podem acumular e danificar o cérebro das pessoas com Alzheimer. (Huy Mach / Universidade de Washington via AP)

Um exame de sangue experimental foi altamente preciso para distinguir pessoas com doença de Alzheimer daquelas sem a doença em vários estudos, aumentando as esperanças de que em breve possa haver uma maneira simples de ajudar a diagnosticar essa forma mais comum de demaªncia.

Desenvolver esse teste tem sido um objetivo hámuito procurado, e os cientistas alertam que a nova abordagem ainda precisa de mais validação e ainda não estãopronta para uso amplo.

Mas os resultados de tera§a-feira sugerem que eles estãono caminho certo. O teste identificou pessoas com Alzheimer versus nenhuma demaªncia ou outros tipos com precisão variando de 89% a 98%.

"Isso émuito bom. Nunca vimos isso" com muita precisão em esforços anteriores, disse Maria Carrillo, diretora cienta­fica da Associação de Alzheimer.

Eliezer Masliah, chefe de Neurociênciado Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, concordou.

"Os dados parecem muito encorajadores", disse ele. O novo teste "parece ser ainda maissensívele mais confia¡vel" do que os manãtodos anteriores, mas precisa ser testado em populações maiores e mais diversas, disse ele.

O instituto não participou desses estudos, mas financiou anteriormente pesquisas ba¡sicas para o desenvolvimento de exames de sangue.

Os resultados foram discutidos na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada on-line por causa da pandemia de coronava­rus. Alguns relataram resultados encorajadores de exames de sangue experimentais que medem versaµes anormais de amila³ide, uma das duas protea­nas que se acumulam e danificam o cérebro dos pacientes com Alzheimer. O novo trabalho se concentra na outra protea­na - tau - e descobre que uma forma chamada p-tau217 éum indicador mais confia¡vel. Va¡rias empresas e universidades desenvolveram testes experimentais p-tau217.

Nesta imagem do va­deo fornecido pela Universidade de Washington, o
pesquisador Nicolas Barthelemy trabalha em um teste p-tau217
para a doença de Alzheimer em um laboratório em St. Louis, Missouri, na segunda-feira,
27 de julho de 2020. Va¡rias empresas e universidades desenvolveram versaµes
do esses testes, que procuram uma forma de protea­na tau, uma das substâncias
que podem acumular e danificar o cérebro das pessoas com Alzheimer.
(Huy Mach / Universidade de Washington via AP)

O Dr. Oskar Hansson, da Universidade Lund, na Suanãcia, conduziu um estudo do teste de Eli Lilly em mais de 1.400 pessoas já matriculadas em estudos de demaªncia na Suanãcia, Arizona e Cola´mbia. Eles inclua­ram pessoas sem comprometimento, comprometimento leve, Alzheimer e outras doenças neurolégicas .

O teste p-tau217 superou uma sanãrie de outras medidas para indicar quais pacientes tinham Alzheimer, conforme verificado por exames cerebrais. Tambanãm foi compara¡vel a s varreduras do cérebro e a alguns testes da coluna vertebral em precisão.

A parte do estudo no Arizona incluiu 81 pessoas que doaram seus cérebros após a morte; portanto, os pesquisadores foram capazes de mostrar que os exames de sangue enquanto estavam vivos correspondiam a s evidaªncias da doença posteriormente.
 
A parte colombiana do estudo incluiu pessoas com um gene raro que praticamente as destinava a desenvolver a doença de Alzheimer em uma idade jovem, geralmente na faixa dos 40 anos. Nas pessoas com o gene, os na­veis sangua­neos de p-tau217 começam a subir "cerca de 20 anos antes dos sintomas", disse Hansson.

Os patrocinadores do estudo incluem os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, grupos de saúde do governo sueco, a Associação de Alzheimer, muitas fundações e várias empresas. Alguns lideres de estudo trabalham para a Lilly ou consultam a empresa.

Nesta imagem fornecido pela Universidade de Washington, Nicolas
Barthelemy trabalha em um teste p-tau217 para a doença de Alzheimer em um
laboratório em St. Louis, Missouri, na segunda-feira, 27 de julho de 2020. Va¡rias
empresas e universidades desenvolveram versaµes desses testes, que procuram uma
forma de protea­na tau, uma das substâncias que podem acumular e danificar o cérebro
das pessoas com Alzheimer. (Huy Mach / Universidade de Washington via AP)

Dois outros grupos de pesquisa relataram independentemente evidaªncias para o teste de p-tau217 na conferaªncia.

Cientistas da Universidade da Califa³rnia, em Sa£o Francisco, descobriram que isso ajudava a distinguir pessoas com Alzheimer daquelas com outra doença neurola³gica - degeneração lobar frontotemporal - - com precisão de 96% em um estudo com 617 pessoas.

Suzanne Schindler, da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, também achou o p-tau217 melhor do que alguns outros indicadores para revelar quais pacientes tinham placas no cérebro - a marca registrada da doença de Alzheimer.

"Quando os pacientes me procuram com alterações de memória e pensamento, uma das principais questões anã: qual éa causa? a‰ a doença de Alzheimer ou éoutra coisa?" ela disse. Se o teste de tau for bom, "isso nos ajudaria a diagnosticar as pessoas mais cedo e com mais precisão".

Nesta imagem do va­deo fornecido pela Universidade de Washington, o pesquisador Nicolas Barthelemy trabalha em um teste p-tau217 para a doença de Alzheimer em um laboratório em St. Louis, Missouri, na segunda-feira, 27 de julho de 2020. Va¡rias empresas e universidades desenvolveram versaµes do esses testes, que procuram uma forma de protea­na tau, uma das substâncias que podem acumular e danificar o cérebro das pessoas com Alzheimer. (Huy Mach / Universidade de Washington via AP)
Schindler já lançou um estudo maior em uma população diversificada em St. Louis. Pesquisadores fizeram o mesmo na Suanãcia.

Se os benefa­cios forem confirmados, Masliah, Carrillo e outros dizem que esperam que um teste comercial esteja pronto para uso amplo em cerca de dois anos.

 

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