Tecnologia Científica

Pesquisadores exploram as origens de estrelas ricas em fa³sforo
O fa³sforo éde especial interesse porque faz parte das moléculas de DNA e RNA e éum elemento necessa¡rio no interca¢mbio energanãtico dentro das células e no desenvolvimento de suas membranas.
Por Instituto de Astrofísica de Canarias - 04/08/2020


Esquema que representa a origem do fa³sforo na Terra, com relação a possa­veis fontes estelares de fa³sforo em nossa gala¡xia. Crédito: Gabriel Panãrez Da­az, SMM (IAC)

A revista Nature Communications publicou a descoberta de um novo tipo de estrela que émuito rico em fa³sforo, o que poderia ajudar a explicar a origem do fa³sforo em nossa gala¡xia. Essa conquista foi realizada por astrônomos do Instituto de Astrofísica de Cana¡rias (IAC) e pesquisadores em ciência da computação do Centro de Pesquisa em Tecnologia da Informação e Comunicação (CITIC) da Universidade da Corunha (Galiza).

Todos os elementos químicos do universo, exceto o hidrogaªnio e a maioria do hanãlio, foram produzidos dentro das estrelas . Mas entre eles, existem alguns (carbono, nitrogaªnio, oxigaªnio, enxofre e fa³sforo ) que são particularmente interessantes porque são ba¡sicos para a vida como a conhecemos na Terra. O fa³sforo éde especial interesse porque faz parte das moléculas de DNA e RNA e éum elemento necessa¡rio no interca¢mbio energanãtico dentro das células e no desenvolvimento de suas membranas.

O estudo, com base na análise de um grande número de espectros de infravermelho na banda H do banco de dados paºblico do Sloan Digital Sky Survey, poderia oferecer um conjunto claro de candidatos estelares promissores para esclarecer a origem e a quantidade observada de fa³sforo no gala¡xia e, especificamente, em nosso sistema solar, que nenhum dos modelos atuais de evolução química gala¡ctica foi capaz de explicar.

No entanto, a química peculiar dessas estrelas ainda édesconcertante. De fato, eles não são apenas ricos em fa³sforo, mas também em alguns outros elementos, como magnanãsio, sila­cio, oxigaªnio, aluma­nio e atéelementos mais pesados , como o canãrio. Surpreendentemente, após uma extensa análise de todas as possa­veis fontes e processos estelares conhecidos por formar elementos químicos no interior das estrelas, esse padrãoqua­mico não éprevisto pelas teorias atuais da evolução estelar e da nucleossa­ntese.

"Esses resultados mostram que não apenas estamos lidando com um novo tipo de objeto, mas que a descoberta deles abre caminho para a exploração de novos mecanismos fa­sicos e reações nucleares que ocorrem em interiores estelares", explica o pesquisador Thomas Masseron, lider da IAC. o projeto e o primeiro autor do artigo.

"Pode ser uma pista importante sobre a origem do fa³sforo, que éum componente fundamental da vida", diz Ana­bal Garca­a-Herna¡ndez, outro pesquisador do IAC, que éo segundo autor do artigo.

Além disso, graças ao tempo de serviço espanhol, eles obtiveram o espectro a³ptico das estrelas mais brilhantes de fa³sforo com o espectra³grafo Echelle (FIES) no telesca³pio a³ptico na³rdico (NOT) do Observatório Roque de los Muchachos (Garafa­a, La Palma )

"Esse espectro nos permitiu obter a abunda¢ncia química de outros elementos nessas estrelas, que são peculiares e ricas em fa³sforo, e descartar definitivamente qualquer candidato estelar conhecido que pudesse explicar as estrelas ricas nesse elemento", diz Olga Zamora , co-autor do artigo e astra´nomo do IAC.

"Uma descoberta tão inesperada e extraordina¡ria não poderia ter sido feita sem uma estreita colaboração interdisciplinar entre astrônomos e especialistas em computação", diz Arturo Manchado, uma pesquisa da IAC e coautora do artigo.

 

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