Tecnologia Científica

Novas medições mostram que a lua tem na­veis de radiação perigosos
Uma equipe sino-alema£ relatou os dados de radiaa§a£o coletados pela sonda - chamada Chang'e 4 em homenagem a  deusa chinesa da lua - no jornal americano Science Advances .
Por Marcia Dunn - 26/09/2020


A sonda lunar Chang'e-4, fotografada do rover Yutu-2. O dispositivo de medição de Kiel estãolocalizado a  esquerda, atrás da antena. Crédito: © CNSA / CLEP

Os futuros exploradores da lua sera£o bombardeados com duas a três vezes mais radiação do que os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, um perigo para a saúde que exigira¡ abrigos de paredes grossas para proteção, relataram os cientistas na sexta-feira.

O ma³dulo de aterrissagem da China no outro lado da lua estãofornecendo as primeiras medições completas da exposição a  radiação dasuperfÍcie lunar, informações vitais para a NASA e outros com o objetivo de enviar astronautas a  lua, observou o estudo.

Uma equipe sino-alema£ relatou os dados de radiação coletados pela sonda - chamada Chang'e 4 em homenagem a  deusa chinesa da lua - no jornal americano Science Advances .

"Esta éuma conquista imensa no sentido de que agora temos um conjunto de dados que podemos usar para avaliar nossa radiação" e entender melhor o risco potencial para as pessoas na lua, disse Thomas Berger, um fa­sico do instituto de medicina da Agência Espacial Alema£ .

Os astronautas receberiam 200 a 1.000 vezes mais radiação na Lua do que a que experimentamos na Terra - ou cinco a 10 vezes mais do que os passageiros em um voo transatla¢ntico, observou Robert Wimmer-Schweingruber, da Universidade Christian-Albrechts em Kiel, Alemanha.

"A diferença, no entanto, éque não vamos viajar por tanto tempo quanto os astronautas estariam quando explorassem a lua", disse Wimmer-Schweingruber por e-mail.

O câncer éo principal risco.

"Os seres humanos não são realmente feitos para esses na­veis de radiação e devem se proteger quando estãona lua", acrescentou.

O LND no laboratório em Kiel antes do lana§amento. Crédito: © Stefan Kolbe,
Universidade de Kiel

Os na­veis de radiação devem ser praticamente os mesmos em toda a lua, exceto perto das paredes das crateras profundas, disse Wimmer-Schweingruber.

"Basicamente, quanto menos vocêvaª do canãu, melhor. Essa éa principal fonte de radiação", disse ele.

Wimmer-Schweingruber disse que os na­veis de radiação estãopra³ximos do que os modelos previram. Os na­veis medidos pelo Chang'e 4, na verdade, "concordam quase exatamente" com as medições feitas por um detector em um orbitador da NASA que circula a lua hámais de uma década, disse Kerry Lee, um especialista em radiação espacial do Centro Espacial Johnson em Houston.

"a‰ bom ver a confirmação do que pensamos e nossa compreensão de como a radiação interage com a lua conforme o esperado", disse Lee, que não esteve envolvido no estudo liderado por chineses.

Em um esboa§o detalhado divulgado esta semana, a NASA disse que o primeiro par de astronautas a pousar na lua sob o novo programa Artemis passaria cerca de uma semana nasuperfÍcie lunar, mais do que o dobro do tempo que as tripulações da Apollo faziam meio século atrás . As expedições durariam de um a dois meses, uma vez que o acampamento-base fosse estabelecido.
 
A NASA pretende colocar astronautas na Lua atéo final de 2024, um ritmo acelerado ordenado pela Casa Branca, e em Marte em algum momento dos anos 2030.

A agaªncia espacial disse que tera¡ detectores de radiação e um abrigo seguro a bordo de todas as ca¡psulas da tripulação do Orion voando para a lua. Quanto a s aterrissagens reais, três equipes corporativas distintas estãodesenvolvendo suas próprias embarcações com a supervisão da NASA. Para o primeiro pouso da Artemis na lua, pelo menos, os astronautas vivera£o na parte de subida de seu ma³dulo de pouso.

Os pesquisadores alema£es sugerem abrigos construa­dos com terra lunar - material prontamente dispona­vel - para estadias de mais de alguns dias. As paredes devem ter 80 centa­metros (cerca de 2 1/2 panãs) de espessura, eles disseram. Se for mais espesso, a sujeira emitira¡ sua própria radiação secunda¡ria, criada quando os raios ca³smicos gala¡cticos interagem com o solo lunar.

"Então, nesse sentido, acho que as paredes dos castelos europeus seriam grossas demais!" Berger escreveu em um e-mail.

 

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