Tecnologia Científica

Astra´nomos revelam a primeira imagem direta de Beta Pictoris c usando um novo instrumento de astronomia
Os pesquisadores agora podem derivar o brilho e a massa dina¢mica de um exoplaneta a partir dessas observaa§aµes e, assim, restringir melhor os modelos de formaa§a£o desses objetos.
Por Hannelore Hämmerle, Max Planck Society - 04/10/2020


Essas imagens esquema¡ticas mostram a geometria do sistema Beta Pictoris: a imagem a  esquerda mostra a estrela e os dois planetas embutidos no disco empoeirado na orientação visível do ponto de vista do Sistema Solar. Esta visão foi construa­da usando as informações de observações reais. O painel do meio contanãm uma impressão arta­stica do sistema disco / planeta. A imagem a  direita mostra asDimensões do sistema quando visto de cima e observações anteriores de Beta Pictoris b (losangos laranja e ca­rculos vermelhos) e as novas observações diretas de Beta Pictoris c (ca­rculos verdes). A a³rbita exata do planeta c ainda éum tanto incerta (área branca difusa). Crédito: Axel Quetz / MPIA Departamento de Gra¡ficos

A grande maioria dos planetas pra³ximos a estrelas estrangeiras édescoberta por astrônomos com a ajuda de manãtodos sofisticados. O exoplaneta não aparece na imagem, mas se revela indiretamente no espectro. Uma equipe de cientistas dos Institutos Max Planck de Astronomia e Fa­sica Extraterrestre agora conseguiu obter a primeira confirmação direta de um exoplaneta previamente descoberto usando o manãtodo de medição de velocidade radial. Usando o instrumento GRAVITY nos telesca³pios VLT no Chile, os astrônomos observaram o brilho fraco do planeta Beta Pictoris c, cerca de 63 anos-luz de distância da Terra, pra³ximo aos raios brilhantes de sua estrela-ma£e. Os pesquisadores agora podem derivar o brilho e a massa dina¢mica de um exoplaneta a partir dessas observações e, assim, restringir melhor os modelos de formação desses objetos.

Combinando a luz dos quatro grandes telesca³pios VLT, os astrônomos da colaboração GRAVITY conseguiram observar diretamente o brilho da luz proveniente de um exoplaneta perto de sua estrela-ma£e . O planeta chamado "b Pictoris c" éo segundo planeta encontrado a orbitar sua estrela-ma£e. Ele foi detectado originalmente pela chamada "velocidade radial", que mede o arrasto e a atração da estrela-ma£e devido a  a³rbita do planeta. b Pictoris c estãotão perto de sua estrela-ma£e que atéos melhores telesca³pios não foram capazes de obter imagens do planeta diretamente atéagora.

“Esta éa primeira confirmação direta de um planeta detectado pelo manãtodo da velocidade radial ”, diz Sylvestre Lacour, lider do programa de observação ExoGRAVITY. Medidas de velocidade radial tem sido usadas por muitas décadas por astrônomos e permitiram a detecção de centenas de exoplanetas. Mas nunca antes os astrônomos foram capazes de obter uma observação direta de um desses planetas. Isso são foi possí­vel porque o instrumento GRAVITY, situado em um laboratório sob os quatro telesca³pios que utiliza, éum instrumento muito preciso. Ele observa a luz da estrela-ma£e com todos os quatro telesca³pios VLT ao mesmo tempo e os combina em um telesca³pio virtual com os detalhes necessa¡rios para revelar b Pictoris c.

“a‰ incra­vel onívelde detalhe e sensibilidade que podemos atingir com o GRAVITY”, maravilha-se Frank Eisenhauer, o cientista-chefe do projeto GRAVITY no MPE. "Estamos apenas comea§ando a explorar novos mundos impressionantes, desde o buraco negro supermassivo no centro de nossa gala¡xia atéplanetas fora do sistema solar."

A detecção direta com GRAVITY, entretanto, são foi possí­vel devido aos novos dados de velocidade radial que estabelecem com precisão o movimento orbital de b Pictoris c, apresentados em um segundo artigo publicado também hoje. Isso permitiu a  equipe localizar e prever com precisão a posição esperada do planeta para que o GRAVITY pudesse encontra¡-lo.

b Pictoris c anã, portanto, o primeiro planeta que foi detectado e confirmado com ambos os manãtodos, medições de velocidade radial e imagem direta. Além da confirmação independente do exoplaneta, os astrônomos agora podem combinar o conhecimento dessas duas técnicas anteriormente separadas. "Isso significa que agora podemos obter o brilho e a massa desse exoplaneta", explica Mathias Nowak, o principal autor do artigo de descoberta do GRAVITY. "Como regra geral, quanto maior a massa do planeta, mais luminoso ele anã."

Neste caso, entretanto, os dados sobre os dois planetas são um tanto intrigantes: a luz que vem de b Pictoris c éseis vezes mais fraca do que seu irmão maior, b Pictoris b. b Pictoris c tem 8 vezes a massa de Jaºpiter. Então, qual éa massa de b Pictoris b? Os dados de velocidade radial acabara£o respondendo a essa pergunta, mas levara¡ muito tempo para obter dados suficientes: uma a³rbita completa para o planeta b em torno de sua estrela leva 28 de nossos anos!

"Usamos GRAVITY antes para obter espectros de outros exoplanetas com imagens diretas, os quais já continham dicas sobre seu processo de formação", acrescenta Paul Molliere, que como pa³s-doutorado na MPIA estãomodelando espectros de exoplanetas. "Esta medição de brilho de b Pictoris c, combinada com sua massa, éum passo particularmente importante para restringir nossos modelos de formação de planetas." Dados adicionais também podem ser fornecidos pelo GRAVITY +, o instrumento de próxima geração, que já estãoem desenvolvimento.

 

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