Nova técnica de microscopia eletra´nica oferece uma primeira visão de processos anteriormente ocultos
O processo quamico foi criado para transformar o futuro da águapota¡vel e dos remanãdios e, pela primeira vez, as pessoas podera£o ver o processo em aa§a£o.

Uma representação esquema¡tica de pares virtuais de elanãtron-pa³sitron aparecendo aleatoriamente perto de um elanãtron (no canto inferior esquerdo). Crédito: RJHall / Wikipedia
Os pesquisadores da Northwestern desenvolveram um novo manãtodo de microscopia que permite aos cientistas ver os blocos de construção de materiais "inteligentes" sendo formados em nanoescala.
O processo quamico foi criado para transformar o futuro da águapota¡vel e dos remanãdios e, pela primeira vez, as pessoas podera£o ver o processo em ação.
"Nosso manãtodo nos permite visualizar essa classe de polimerização em tempo real, em nanoescala, o que nunca foi feito antes", disse Nathan Gianneschi da Northwestern. "Agora temos a capacidade de ver a reação ocorrendo, ver essas nanoestruturas sendo formadas e aprender como tirar vantagem das coisas incraveis que elas podem fazer."
A pesquisa foi publicada hoje (22 de dezembro) na revista Matter .
O artigo éo resultado de uma colaboração entre Gianneschi, o diretor associado do Instituto Internacional de Nanotecnologia e o Professor de Química Jacob e Rosalind Cohn do Weinberg College de Artes e Ciências, e Brent Sumerlin, o professor George and Josephine Butler de Polamero Química no College of Liberal Arts & Sciences da University of Florida.
A polimerização por dispersão éum processo cientafico comum usado para fazer medicamentos, cosmanãticos, la¡tex e outros itens, muitas vezes em escala industrial. E em nanoescala, a polimerização pode ser usada para criar nanopartaculas com propriedades únicas e valiosas.
Esses nanomateriais são uma grande promessa para o meio ambiente, onde podem ser usados ​​para absorver derramamentos de a³leo ou outros poluentes sem prejudicar a vida marinha. Na medicina, como a base dos sistemas "inteligentes" de entrega de medicamentos, pode ser projetado para entrar nas células humanas e liberar moléculas terapaªuticas sob condições especaficas.
Tem havido dificuldades em aumentar a produção desses materiais. Inicialmente, a produção foi prejudicada pelo processo demorado necessa¡rio para cria¡-los e ativa¡-los. Uma técnica chamada automontagem induzida por polimerização (PISA) combina etapas e economiza tempo, mas o comportamento das moléculas durante esse processo se mostrou difacil de prever por uma razãosimples: os cientistas não foram capazes de observar o que realmente estava acontecendo.
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As reações em nanoescala são muito pequenas para serem vistas a olho nu. Os manãtodos de imagem tradicionais podem capturar apenas o resultado final da polimerização, não o processo pelo qual ela ocorre. Os cientistas tentaram contornar isso pegando amostras em vários pontos do processo e analisando-as, mas usar apenas instanta¢neos não conseguiu contar toda a história dasmudanças químicas e físicas que ocorrem ao longo do processo.
"a‰ como comparar algumas fotos de um jogo de futebol com as informações contidas em um vadeo do jogo inteiro", disse Gianneschi. "Se vocêentender o caminho pelo qual um produto quamico se forma, se puder ver como isso ocorreu, podera¡ aprender como acelera¡-lo e descobrir como perturbar o processo para obter um efeito diferente."
"Achamos que isso pode se tornar uma ferramenta útil na biologia estrutural e na ciência dos materiais também", disse Gianneschi. "Integrando isso com algoritmos de aprendizado de ma¡quina para analisar as imagens e continuando a refinar e melhorar a resolução, teremos uma técnica que pode avana§ar nosso entendimento da polimerização em nanoescala e orientar o design de nanomateriais que podem potencialmente transformar medicina e meio ambiente. "
A microscopia eletra´nica de transmissão (TEM) écapaz de obter imagens com resolução sub-nanomanãtrica, mas geralmente éusada para amostras congeladas e também não lida com reações químicas. Com TEM, um feixe de elanãtrons édisparado atravanãs do va¡cuo, em direção ao sujeito; estudando os elanãtrons que saem do outro lado, uma imagem pode ser desenvolvida. No entanto, a qualidade da imagem depende de quantos elanãtrons são disparados pelo feixe - e disparar muitos elanãtrons afetara¡ o resultado da reação química. Em outras palavras, éo caso do efeito observador - observar a automontagem pode alterar ou mesmo danificar a automontagem. O que vocêacaba tendo édiferente do que vocêteria se não estivesse assistindo.
Para resolver o problema, os pesquisadores inseriram os materiais polimanãricos em nanoescala em uma canãlula laquida fechada que protegeria os materiais do va¡cuo dentro do microsca³pio eletra´nico. Esses materiais foram projetados para responder a smudanças de temperatura, de modo que a automontagem comea§aria quando o interior da canãlula de laquido atingisse uma determinada temperatura.
A canãlula de laquido foi encerrada em um chip de silacio com eletrodos pequenos, mas poderosos, que servem como elementos de aquecimento. Embutido no chip estãouma janela minaºscula - de 200 x 50 nana´metros de tamanho - que permitiria que um feixe de baixa energia passasse pela canãlula laquida.
Com o chip inserido no suporte do microsca³pio eletra´nico, a temperatura dentro da canãlula de laquido éelevada para 60ËšC, iniciando a automontagem. Atravanãs da janela minaºscula, o comportamento dos copolímeros em bloco e o processo de formação puderam ser registrados.
Quando o processo foi concluado, a equipe de Gianneschi testou os nanomateriais resultantes e descobriu que eram iguais a nanomateriais semelhantes produzidos fora de uma canãlula laquida. Isso confirmou que a técnica - que eles chamam de microscopia eletra´nica de transmissão de células laquidas de temperatura varia¡vel (VC-LCTEM) - pode ser usada para entender o processo de polimerização em nanoescala conforme ele ocorre em condições normais.
De particular interesse são as formas que são geradas durante a polimerização. Em diferentes esta¡gios, as nanopartaculas podem assemelhar-se a esferas, vermes ou a¡guas-vivas - cada um dos quais confere propriedades diferentes ao nanomaterial. Ao compreender o que estãoacontecendo durante a automontagem, os pesquisadores podem comea§ar a desenvolver manãtodos para induzir formas especaficas e ajustar seus efeitos.
"Essas nanopartaculas complexas e bem definidas evoluem ao longo do tempo, formando-se e depois transformando-se a medida que crescem", disse Sumerlin. "O que éincravel éque podemos ver como e quando essas transições ocorrem em tempo real."
Gianneschi acredita que os insights obtidos com essa técnica levara£o a possibilidades sem precedentes para o desenvolvimento e caracterização de materiais de matéria macia auto-organiza¡veis ​​- e disciplinas cientaficas além da química.
"Achamos que isso pode se tornar uma ferramenta útil na biologia estrutural e na ciência dos materiais também", disse Gianneschi. "Integrando isso com algoritmos de aprendizado de ma¡quina para analisar as imagens e continuando a refinar e melhorar a resolução, teremos uma técnica que pode avana§ar nosso entendimento da polimerização em nanoescala e orientar o design de nanomateriais que podem potencialmente transformar medicina e meio ambiente. "