Tecnologia Científica

Desvendando o mistério que torna os va­rus infecciosos
As descobertas, publicadas hoje na revista PLOS Pathogens por uma equipe das Universidades de Leeds e York, abrem a possibilidade de que drogas ou agentes antivirais possam ser desenvolvidos para impedir essas infeca§aµes.
Por University of Leeds - 09/01/2021


Penta¢meros da protea­na do capsa­deo (subunidades codificadas por cores) sendo recrutados para a casca da protea­na em crescimento (marrom) durante a montagem do va­rion pela formação de contatos específicos de sequaªncia entre o genoma (sinais de empacotamento mostrados como modelos laranja preenchidos com Espaço) e o capsa­deo do Enterova­rus-E. Crédito: University of Leeds

Os pesquisadores identificaram pela primeira vez a forma como va­rus como o poliova­rus e o va­rus do resfriado comum 'empacotam' seu ca³digo genanãtico, permitindo que infectem as células.

As descobertas, publicadas hoje na revista PLOS Pathogens por uma equipe das Universidades de Leeds e York, abrem a possibilidade de que drogas ou agentes antivirais possam ser desenvolvidos para impedir essas infecções.

Depois que uma canãlula éinfectada, o va­rus precisa espalhar seu material genanãtico para outras células. Este éum processo complexo que envolve a criação do que éconhecido como va­rions - ca³pias infecciosas recanãm-formadas do va­rus. Cada va­rion éuma casca de protea­na que contanãm uma ca³pia completa do ca³digo genanãtico do va­rus. Os va­rions podem então infectar outras células e causar doena§as.

O que tem sido um mistério atéagora éuma compreensão detalhada de como o va­rus monta esses virions filhos.

O professor Peter Stockley, ex-diretor do Astbury Center for Structural Molecular Biology em Leeds, que supervisionou a pesquisa com o professor Reidun Twarock de York, disse: "Este estudo éextremamente importante por causa da maneira como muda nosso pensamento sobre como podemos controlar algumas doenças virais. Se pudermos interromper o mecanismo de formação do va­rion, havera¡ o potencial de interromper uma infecção em seu caminho. "

"Nossa análise sugere que as caracteri­sticas moleculares que controlam o processo de formação do va­rion são geneticamente conservadas, o que significa que não sofrem mutação facilmente - reduzindo o risco de que o va­rus possa mudar e tornar qualquer nova droga ineficaz."

A pesquisa em Leeds e York reaºne especialistas em estrutura molecular de va­rus, microscopia eletra´nica e biologia matemática.

O estudo se concentra em um va­rus bovino inofensivo que não éinfeccioso em pessoas, o Enterova­rus-E, que éo substituto universalmente adotado para o poliova­rus. O poliova­rus éum va­rus perigoso que infecta as pessoas, causando a poliomielite e éalvo de uma iniciativa de erradicação do va­rus da Organização Mundial de Saúde.

O grupo dos enterova­rus também inclui o rinova­rus humano, causador do resfriado comum.

O estudo publicado hoje detalha o papel dos chamados sinais de empacotamento de RNA, regiaµes curtas da molanãcula de RNA que, junto com as protea­nas do inva³lucro do va­rus, garantem a formação precisa e eficiente de um va­rion infeccioso.

Usando uma combinação de biologia molecular e matemática, os pesquisadores foram capazes de identificar possa­veis locais na molanãcula de RNA que poderiam atuar como sinais de empacotamento. Usando microsca³pios eletra´nicos avana§ados no Astbury Biostructure Laboratory da University of Leeds, os cientistas foram capazes de visualizar diretamente esse processo - a primeira vez que foi possí­vel com qualquer va­rus desse tipo.

O professor Twarock acrescentou: "Compreender em detalhes como esse processo funciona, e o fato de que parece conservado em uma familia inteira de patógenos virais, permitira¡ que a indústria farmacaªutica desenvolva agentes antivirais que podem bloquear essas interações importantes e prevenir doena§as."

 

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