Tecnologia Científica

Os cientistas produzem os primeiros embriaµes in vitro a partir de oa³citos de leaµes africanos vitrificados
A pesquisa atual sobre os leaµes africanos como espanãcie-modelo éum passo importante nessa direa§a£o. Os resultados são divulgados na revista cienta­ficaCriobiologia .
Por Forschungsverbund Berlin eV (FVB) - 18/01/2021


Oa³citos de lea£o africano recentemente isolados. Crédito: Jennifer Zahmel / Leibniz-IZW

Uma equipe de cientistas do Instituto Leibniz para Pesquisa de Zoola³gicos e Animais Selvagens (Leibniz-IZW) na Alemanha, Givskud Zoo osZootopia na Dinamarca e da Universidade de Mila£o na Ita¡lia conseguiu produzir o primeiro embria£o africano de lea£o-in vitro após a vitrificação de oa³citos imaturos. Para este manãtodo especa­fico de criopreservação, os oa³citos são coletados diretamente após um animal ser castrado ou morto e imediatamente congelado a -196 ° C em nitrogaªnio la­quido. Essa técnica permite o armazenamento de oa³citos de animais valiosos por tempo ilimitado, de forma que possam ser usados ​​na produção de descendentes com o auxa­lio de técnicas de reprodução assistida. O objetivo éaprimorar e aplicar esses manãtodos para salvar da extinção espanãcies altamente ameaa§adas, como o lea£o asia¡tico. A pesquisa atual sobre os leaµes africanos como espanãcie-modelo éum passo importante nessa direção. Os resultados são divulgados na revista cienta­fica Criobiologia .

Presume-se que oa³citos de lea£o sejam muito sensa­veis ao resfriamento devido ao seu alto teor de lipa­dios, resultando em um renascimento deficiente após o resfriamento lento. A vitrificação pode contornar esse problema, pois as células são congeladas em velocidades ultra-rápidas em soluções com uma concentração muito alta de agentes crioprotetores. Este manãtodo evita a formação de cristais de gelo nas células, que podem destrua­-los, e permite que permanea§am intactos por um tempo ilimitado para permitir seu uso posterior.

Para a presente pesquisa, os cientistas coletaram oa³citos de quatro leoas africanas do Zootopia de Givskud - Zootopia depois que os animais foram sacrificados para fins de controle populacional. Metade dos oa³citos (60) foram vitrificados instantaneamente. Apa³s seis dias de armazenamento em nitrogaªnio la­quido, os oa³citos vitrificados foram descongelados e submetidos a  maturação in vitro em incubadora a 39 ° C por um total de 32-34 horas. A outra metade (59) foi usada como grupo de controlee diretamente submetidos a  maturação in vitro sem uma etapa de vitrificação. Oa³citos maduros de ambos os grupos foram então fertilizados com espermatozoides descongelados de machos leaµes africanos. "Pudemos demonstrar uma alta proporção de oa³citos sobreviventes e maduros no grupo de oa³citos vitrificados. Quase 50% deles haviam amadurecido, uma proporção semelhante a  do grupo de controle", diz Jennifer Zahmel, cientista do Departamento de Biologia da Reprodução em o Leibniz-IZW. Do grupo vitrificado, desenvolveram-se sete embriaµes precoces, enquanto no grupo de controle apenas três embriaµes se desenvolveram. "Atéonde sabemos, esta éa primeira vez que embriaµes in vitro foram produzidos após a vitrificação de oa³citos de lea£o africano ou qualquer outra espanãcie de gato selvagem", disse Martina Colombo, da Universidade de Mila£o e cientista convidada do Leibniz-IZW.

Em um estudo cienta­fico recente sobre o gato domanãstico, conduzido em cooperação com colegas da Universidade de Mila£o e da Universidade de Medicina Veterina¡ria de Viena, a equipe de biologia reprodutiva do Leibniz-IZW demonstrou que uma vitrificação imediata no local de oa³citos felinos éo melhor opção para obter um grande número de gametas de boa qualidade e, conseqa¼entemente, um maior número de embriaµes em desenvolvimento. Este estudo também foi publicado na Cryobiology. A vitrificação no local éespecialmente útil se as amostras são coletadas de animais selvagens mantidos em zoola³gicos e precisam ser transportadas para um laboratório adequado. "O transporte de oa³citos frescos e tecido ovariano atravanãs das fronteiras internacionais éfrequentemente complexo e crítico em termos de tempo, enquanto a vitrificação local dos oa³citos permite um período de tempo seguro para o transporte. Os oa³citos podem ser fertilizados posteriormente, uma vez que tenham sido transportado para um laboratório adequado e esperma de um homem estãodispona­vel ", explica Zahmel.

A presente pesquisa demonstra vitrificação, maturação in vitro e fertilização bem-sucedidas de oa³citos de leaµes africanos para banco de recursos genanãticos. No entanto, nenhum dos embriaµes iniciaisde oa³citos vitrificados desenvolvidos além do esta¡gio de 4 células. Esclarecer as vias que são afetadas pela vitrificação seria importante para obter um melhor entendimento das necessidades especa­ficas que os oa³citos vitrificados podem ter após o descongelamento. "Embora o desenvolvimento do embria£o ainda estivesse prejudicado, nossos resultados da£o esperana§a de que os oa³citos fela­deos possam ser criopreservados e armazenados em biobancos no futuro", disse Katarina Jewgenow, chefe do Departamento de Biologia da Reprodução do Leibniz-IZW. "Nosso objetivo émelhorar ainda mais esses manãtodos em espanãcies modelo, como gatos domanãsticos e leaµes africanos, a fim de usa¡-los um dia para a reprodução assistida de felinos ameaa§ados de extinção, como o lea£o asia¡tico", acrescenta Jewgenow.

 

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