Tecnologia Científica

Novo modelo prevaª com mais precisão como grandes geleiras derretem
Modelos estata­sticos da topografia dos leitos das geleiras levara£o a previsaµes mais precisas de fluxo de calor e subsequente derretimento do gelo nas próximas décadas
Por Lisa Ercolano - 25/02/2021


Getty Images

Uma nova pesquisa feita por uma equipe que incluiu um engenheiro da Johns Hopkins promete permitir previsaµes mais precisas do fluxo de gelo, ajudando os cientistas a prever melhor como o derretimento das geleiras contribuira¡ para a elevação doníveldo mar, que tem sido associada a inundações costeiras e pantanosas e erosão destrutiva em todo o mundo .

Em uma edição recente do Journal of Geophysical Research: Earth Surface , Harihar Rajaram e a equipe oferecem um novo manãtodo para estimar como o calor flui da Terra para camadas de gelo na Groenla¢ndia e na Anta¡rtica, afetando sua viscosidade e taxas de movimento.

"A perda de massa de gelo da Groenla¢ndia éo maior contribuinte para o aumento doníveldo mar hoje, e a Anta¡rtica deve contribuir significativamente para o aumento doníveldo mar nas próximas décadas", disse Rajaram, professor de saúde ambiental e engenharia da Universidade Johns Hopkins. "A temperatura do gelo perto do leito determina a velocidade com que ele pode fluir. a‰ importante que os modelos de manto de gelo incorporem condições precisas do leito para que possamos fazer projeções corretas até2050 e 2100. Nosso manãtodo éum grande passo na direção certa."

"A TEMPERATURA DO GELO PERTO DO LEITO DETERMINA A VELOCIDADE COM QUE ELE PODE FLUIR. a‰ IMPORTANTE QUE OS MODELOS DE MANTO DE GELO INCORPOREM CONDIa‡a•ES PRECISAS DO LEITO PARA QUE POSSAMOS FAZER PROJEa‡a•ES CORRETAS ATa‰ 2050 E 2100. NOSSO Ma‰TODO a‰ UM GRANDE PASSO NA DIREa‡aƒO CERTA."
Harihar Rajaram

Professor, Saúde Ambiental e Engenharia

Rajaram trabalhou no estudo com especialistas da Pesquisa Geola³gica da Dinamarca e Groenla¢ndia, NASA, Universidade de Maryland, Universidade da Califórnia e Universidade do Alasca.

O manãtodo da equipe éinovador, diz Rajaram, porque fornece estimativas de alta resolução das variações no fluxo de calor em uma escala de centenas de metros, levando em consideração a complexa topografia do leito e caracteri­sticas geola³gicas - como vales e cristas - sob as enormes camadas de gelo . Embora já se tenha entendido que o fluxo de calor émaior nos vales e menor nas cristas, esta foi a primeira vez que um modelo levou esses fatores em consideração.

Os pesquisadores criaram um modelo estata­stico simples para estimar a influaªncia da topografia do leito das geleiras no fluxo de calor geotanãrmico e aplicaram-no a modelos digitais de elevação da topografia sub-glacial sob as camadas de gelo da Groenla¢ndia e da Anta¡rtica. O resultado? Um mapa de fluxo de calor geotanãrmico muito mais detalhado do que o que foi oferecido antes.

"Descobrimos que o fluxo de calor no centro da Groenla¢ndia Oriental e na Pena­nsula Anta¡rtica éreduzido pela metade ao longo das cristas e dobrado dentro dos vales glaciares", disse Rajaram.

William Colgan, pesquisador saªnior do Servia§o Geola³gico da Dinamarca e Groenla¢ndia e principal autor do estudo, explica o fena´meno.

"Basicamente, se o calor que escapa do interior da Terra estãoprocurando a maneira mais rápida de irradiar para a atmosfera, um vale profundamente inchado fornece a saa­da mais rápida", disse Colgan. "Este efeito éfacilmente observa¡vel pelo fato de que geotanãrmicas -superfÍcies de temperatura constante - são compactadas mais juntas abaixo dos vales, indicando um gradiente de temperatura mais forte e, portanto, fluxo de calor, em comparação com as cristas.

Os pesquisadores esperam que seu manãtodo e resultados não apenas sejam adotados nos modelos atuais de fluxo de gelo para melhorar as previsaµes de fluxo de gelo, mas também sejam usados ​​para estimar a influaªncia da topografia no fluxo de calor geotanãrmico em áreas não cobertas de gelo.

 

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