Tecnologia Científica

Estudo explica como os consumidores podem ser incentivados a conservar energia durante os períodos de pico
Uma nova pesquisa do UCLA Luskin Center for Innovation identificou como certos incentivos podem ser eficazes para motivar as pessoas a usar menos energia em suas casas.
Por Colleen Callahan - 14/03/2021


Dan Lefebvre / Unsplash

Os fornecedores de eletricidade muitas vezes precisam encorajar os clientes a reduzir o consumo para evitar apagaµes ou para evitar a ativação de usinas adicionais - geralmente usinas movidas a gás natural que poluem o meio ambiente.   

Os pesquisadores descobriram que mensagens promocionais sobre como os clientes poderiam economizar dinheiro em suas contas de eletricidade ou ganhar outras recompensas financeiras foram eficazes em motiva¡-los a usar menos energia.

Para o estudo, que foi financiado por uma bolsa da Comissão de Energia da Califa³rnia, os pesquisadores da UCLA avaliaram dados de contas de energia para mais de 20.000 residaªncias da Califórnia em territa³rios servidos pela Pacific Gas and Electric, Southern California Edison e San Diego Gas & Elanãtrico.

Todos os clientes participam de “programas de resposta a  demanda”, que incentivam os usuários a economizar energia em momentos de alta tensão na rede elanãtrica, como durante ondas de calor; todos eles também usaram um dos dois aplicativos de smartphone - Chai Energy ou OhmConnect - que ajudam os usuários a gerenciar o consumo de energia em casa. Frequentemente, os aplicativos ofereciam incentivos em dinheiro aos participantes para ajustar seus termostatos durante os momentos em que a demanda por energia era mais alta.

O estudo revelou que oferecer aos participantes recompensas financeiras, além da quantidade de dinheiro que economizariam simplesmente por usar menos energia, teve um efeito mensura¡vel na redução do uso de energia - embora o valor do incentivo financeiro tenha feito relativamente pouca diferença. Coletivamente, as 20.000 fama­lias no estudo receberam mais de US $ 1 milha£o em recompensas nos dois anos anteriores por meio desses programas de incentivo, além da economia em suas contas de eletricidade com o uso dos aplicativos.

Incentivar a flexibilidade em nosso sistema de energia éespecialmente importante, pois a infraestrutura dopaís continua mudando para energia limpa. Por exemplo, o clima pode ser imprevisível e afetar a quantidade de eletricidade gerada por painanãis solares ou turbinas ea³licas. Os programas de resposta a  demanda podem ser eficazes na redução do uso de energia durante esses períodos para evitar apagaµes.

“Mais uma boa nota­cia para o meio ambiente, nosso estudo descobriu que os programas de resposta a  demanda resultam em uma redução geral no uso de energia - não apenas uma mudança do consumo para outras horas ou dias”, disse JR DeShazo, o principal investigador do estudo e diretor do Centro de Inovação Luskin.

Essa descoberta éparticularmente significativa porque alguns observadores suspeitaram que os programas de resposta a  demanda apenas encorajaram os consumidores de energia a mudar seu uso de eletricidade para outras horas do dia - por exemplo, esperando para ligar suas ma¡quinas de lavar loua§a ou secadoras de roupa durante a noite, quando a demanda geral de energia era menor - mas sem realmente reduzir a quantidade de energia consumida. Mas o relatório da UCLA concluiu que o consumo de energia dos clientes não aumentou nas horas ou dias em torno de um evento de resposta a  demanda, sugerindo que a abordagem resultou em reduções reais no consumo.

Os domica­lios com maior redução no consumo durante eventos de resposta a  demanda foram aqueles com painanãis solares, vea­culos elanãtricos plug-in e dispositivos de automação - aparelhos como termostatos inteligentes que podem alterar automaticamente o uso de energia, mas podem ser substitua­dos pelo proprieta¡rio. Por exemplo, dispositivos de automação podem atrasar o carregamento de um vea­culo elanãtrico ou desligar o ar condicionado atéum hora¡rio fora de pico.

“Dispositivos de automação tornam a participação em programas de resposta a  demanda sem esfora§o e, em última análise, gratificante”, disse Kelly Trumbull, coautora do estudo e pesquisadora do Luskin Center for Innovation. “Eles também ajudam a garantir economias de energia previsa­veis e confia¡veis.” 

Os provedores de resposta a  demanda geralmente recompensam os usuários com base em sua conservação de energia em relação a uma meta de consumo de energia atribua­da pela concessiona¡ria. Os pesquisadores descobriram que as fama­lias reduzem o uso de energia mais quando a meta de consumo émais ambiciosa, presumindo que todos os outros fatores sejam constantes.

“Essa descoberta ressalta a importa¢ncia de definir linhas de base e comunica¡-las aos clientes”, disse DeShazo. “Se nos for pedido que fazmos mais, frequentemente o faremos.”

O estudo recomenda ações que as concessiona¡rias e fornecedores terceirizados de resposta a  demanda - como aqueles que comercializam os aplicativos de gerenciamento de energia - podem tomar para maximizar os benefa­cios ambientais e econa´micos dos programas de resposta a  demanda residencial, incluindo:

Oferecendo incentivos financeiros e enfatizando os benefa­cios econa´micos aos participantes.

Apoiar a adoção de dispositivos de automação como termostatos inteligentes.

Induzindo maior economia de energia ao definir metas ambiciosas de conservação para os clientes.

A maioria dos californianos, dependendo de seus fornecedores de eletricidade, éelega­vel para participar dos servia§os de resposta a  demanda existentes.

 

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