Os incraveis 'masseis teleguiados' bacterianos que os cientistas querem aproveitar
Imagine que existem flechas que são letais quando disparadas contra seus inimigos, mas inofensivas se caarem sobre seus amigos. a‰ fa¡cil ver como isso seria uma vantagem surpreendente na guerra, se fossem reais.
Uma ilustração de alfaiates e sua ação altruastica pintada pela filha do autor Vivek Mutalik, Antara. Crédito: Antara Mutalik
Imagine que existem flechas que são letais quando disparadas contra seus inimigos, mas inofensivas se caarem sobre seus amigos. a‰ fa¡cil ver como isso seria uma vantagem surpreendente na guerra, se fossem reais. No entanto, algo como essas flechas realmente existe, e elas são usadas na guerra ... apenas em uma escala diferente.
Essas armas são chamadas de alfaiates, e a realidade équase mais estranha que a ficção.
"Tailocins são nanoma¡quinas de proteanas extremamente fortes feitas por bactanãrias ", explicou Vivek Mutalik, um cientista do Lawrence Berkeley National Laboratory (Berkeley Lab) que estuda tailocins e fagos, os varus que infectam bactanãrias dos quais os tailocins parecem ser remanescentes. "Eles se parecem com fagos, mas não tem o capsadeo, que éa 'cabea§a' do fago que contanãm o DNA viral e a ma¡quina de replicação. Então, eles são como uma agulha movida a mola que vai e se posiciona no alvo canãlula , em seguida, parece cutucar todo o caminho atravanãs da membrana celular, fazendo um buraco no citoplasma, de modo que a canãlula perde seus aons e conteaºdo e entra em colapso. "
Uma grande variedade de bactanãrias são capazes de produzir tailocins e parecem fazaª-lo sob condições de estresse. Como os tailocins são letais apenas para cepas especaficas - tão específicos, na verdade, que ganharam o apelido de "masseis teleguiados bacterianos" - os tailocins parecem ser uma ferramenta usada pelas bactanãrias para competir com seus rivais. Devido a sua semelhança com os fagos, os cientistas acreditam que as tailocinas são produzidas pelo DNA que foi originalmente inserido nos genomas bacterianos durante as infecções virais (os varus da£o a seus hospedeiros instruções para fazerem mais de si mesmos) e, ao longo do tempo evolutivo, as bactanãrias descartaram as partes de o DNA do fago que não foi benanãfico, mas manteve as partes que poderiam ser cooptadas para seu pra³prio benefacio.
Mas, ao contra¡rio da maioria das habilidades que são selecionadas atravanãs da evolução, os tailocins não salvam o indivaduo. De acordo com Mutalik, as bactanãrias são mortas se produzirem tailocinas, da mesma forma que seriam se fossem infectadas pelo varus verdadeiro do fago, porque as nanoma¡quinas pontiagudas irrompem atravanãs da membrana para sair da canãlula produtora de maneira semelhante a spartículas virais replicadas. Mas, uma vez liberados, os tailocins tem como alvo apenas certas cepas, poupando as outras células da linhagem hospedeira.
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"Eles beneficiam os parentes, mas o indivaduo ésacrificado, o que éum tipo de comportamento altruasta. Mas ainda não entendemos como esse fena´meno acontece na natureza", disse Mutalik. Os cientistas também não sabem exatamente como funciona o aªmbolo da agulha de punhalada do tailocin.
Esses tópicos, e os tailocins como um todo, são uma área de pesquisa quente devido a s muitas aplicações possaveis. Mutalik e seus colegas da area de Biociências do Laborata³rio de Berkeley, juntamente com colaboradores da UC Berkeley, estãointeressados ​​em aproveitar os alfaiates para estudar melhor os microbiomas. Outros grupos estãoansiosos para usar tailocinas como alternativa aos antibia³ticos tradicionais - que eliminam indiscriminadamente as cepas benanãficas junto com as ruins e são cada vez mais ineficazes devido a evolução dos traa§os de resistência aos medicamentos.
Em seu artigo mais recente, a equipe colaborativa de Berkeley explorou a base genanãtica e os mecanismos fasicos que governam como os tailocins atacam cepas especaficas e analisou as semelhanças e diferenças genanãticas entre os produtores de tailocins e suas cepas-alvo.
Depois de examinar 12 cepas de bactanãrias do solo conhecidas por usarem tailocinas, os bia³logos encontraram evidaªncias de que diferenças nos lipopolissacaradeos - moléculas a base de gordura e açúcar - anexadas a s membranas externas poderiam determinar se uma cepa éou não visada por uma determinada tailocina.
"As bactanãrias que estudamos vivem em um ambiente desafiador e com poucos recursos, então estamos interessados ​​em ver como elas podem estar usando alfaiates para lutar pela sobrevivaªncia", disse Adam Arkin, co-autor e cientista saªnior da faculdade de Biociências area e cogestora técnica da area de Foco Cientafico de Ecossistemas e Redes Integradas com Genes e Conjuntos Moleculares (ENIGMA). Arkin observou que, embora os cientistas possam induzir facilmente bactanãrias a produzirem tailocins no laboratório (e podem inserir facilmente os genes em cepas cultiva¡veis ​​para produção em massa, o que seráútil se quisermos transformar tailocins em medicamentos), ainda hámuitas perguntas sem resposta sobre como as bactanãrias implantam tailocins em seu ambiente natural, bem como como - e por que - cepas especaficas são direcionadas com a precisão de um assassino.
“Assim que entendermos os mecanismos de direcionamento, podemos comea§ar a usar esses adaptadores nosmesmosâ€, acrescentou Arkin. "O potencial da medicina éobviamente enorme, mas também seria incravel para o tipo de ciência que fazemos, que estuda como os micróbios ambientais interagem e os papanãis dessas interações em processos ecola³gicos importantes, como sequestro de carbono e processamento de nitrogaªnio."
Atualmente, émuito difacil descobrir o que cada micróbio em uma comunidade estãofazendo, pois os cientistas não podem facilmente adicionar e subtrair cepas e observar o resultado. Com tailocins apropriadamente controlados, esses experimentos poderiam ser feitos facilmente.
Mutalik, Arkin e seus colegas também estãoconduzindo estudos de acompanhamento com o objetivo de revelar os mecanismos de ação dos tailocins. Eles planejam usar os recursos de imagem avana§ados do Berkeley Lab para tirar instanta¢neos denívelata´mico de todo o processo, desde o momento em que a cauda se liga a canãlula-alvo atéa deflação da canãlula. Essencialmente, eles estara£o filmando frames de um filme de terror microsca³pico.