Tecnologia Científica

Resgatando arte de rua do graffiti de va¢ndalos
Os pesquisadores relatam técnicas inovadoras e ecologicamente corretas que removem pinturas de arte de rua de maneira rápida e segura. Os pesquisadores apresentara£o seus resultados hoje na reunia£o de primavera da American Chemical Society (ACS).
Por American Chemical Society - 13/04/2021


Doma­nio paºblico

De Los Angeles e Lower East Side da cidade de Nova York a Paris e Penang, a arte de rua de artistas famosos e não tão famosos enfeita rodovias, estradas e becos. Além de criar balana§os sociais, obras de beleza e atrações tura­sticas, a arte de rua a s vezes atrai va¢ndalos que acrescentam seus grafites indesejados, difa­ceis de remover sem destruir a pintura subjacente. Agora, os pesquisadores relatam técnicas inovadoras e ecologicamente corretas que removem pinturas de arte de rua de maneira rápida e segura.

Os pesquisadores apresentara£o seus resultados hoje na reunia£o de primavera da American Chemical Society (ACS).

"Por décadas, temos nos concentrado em limpar ou restaurar obras de arte cla¡ssicas que usaram tintas projetadas para durar séculos", diz Piero Baglioni, Ph.D., o principal investigador do projeto. "Em contraste, a arte moderna e a arte de rua, bem como os revestimentos e graffiti aplicados por cima, usam materiais que nunca foram concebidos para resistir ao teste do tempo."

O pesquisador Michele Baglioni, Ph.D., (sem relação com Piero Baglioni) e colegas de trabalho desenvolveram um fluido nanoestruturado, baseado em solventes não ta³xicos e surfactantes, carregado em hidrogeis altamente retentivos que liberam lentamente agentes de limpeza para apenas a camada superior - alguns ma­crons de profundidade. A camada superior indesejada éremovida em segundos a minutos, sem danos ou alteração da pintura original.

Arte de rua e graffiti sobreposto geralmente contem uma ou mais das três classes de aglutinantes de tinta - acra­lico, vinil ou polímeros alqua­dicos. Como essas tintas são semelhantes em composição, a remoção da camada superior frequentemente danifica a camada subjacente. Atéagora, a única maneira de remover pichações indesejadas era usando produtos de limpeza químicos ou ação meca¢nica, como raspagem ou jato de areia. Esses manãtodos tradicionais são difa­ceis de controlar e muitas vezes danificam a arte original.

“Precisamos saber exatamente o que estãoacontecendo nasuperfÍcie das pinturas se quisermos projetar produtos de limpeza”, explica Michele Baglioni, que estãona Universidade de Florena§a (Ita¡lia). "Em alguns aspectos, a química ésimples - estamos usando surfactantes, solventes e polímeros conhecidos. O desafio écombina¡-los da maneira certa para obter todas as propriedades de que precisamos."

Michele Baglioni e colegas de trabalho usaram espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier para caracterizar os ligantes, cargas e pigmentos nas três classes de tintas. Apa³s a seleção de solventes "verdes" e surfactantes biodegrada¡veis ​​de baixa toxicidade, ele usou análises de espalhamento de raios X de pequeno a¢ngulo para estudar o comportamento de quatro solventes de carbonato de alquila e um surfactante não ia´nico biodegrada¡vel em a¡gua.

A etapa final foi formular a combinação de limpeza nanoestruturada. O sistema que funcionou bem também incluiu 2-butanol e um hidra³tropo de alquil glicosa­deo prontamente biodegrada¡vel como cosolventes / cosurfactantes. Os hidra³tropos são compostos tensoativos solaºveis em águausados ​​em na­veis baixos que permitem o desenvolvimento de formulações mais concentradas de surfactantes. O sistema foi então carregado em hidrogeis altamente retentivos e testado quanto a  sua capacidade de remover pinturas em maquetes de laboratório usando tintas selecionadas em todas as combinações possa­veis.

Depois de dezenas de testes, que ajudaram a determinar por quanto tempo o gel deve ser aplicado e removido sem danificar a pintura subjacente, ele testou os ganãis em uma verdadeira obra de arte de rua em Florena§a, removendo com sucesso o graffiti sem afetar a obra original.

"Este éo primeiro estudo sistema¡tico sobre a remoção seletiva e controlada de tintas modernas de tintas com composição química semelhante", diz Michele Baglioni. Os hidrogeis também podem ser usados ​​para a remoção de revestimentos de arte moderna que originalmente tinham como objetivo preservar as pinturas, mas que acabaram sendo prejudiciais. Os hidrogeis estara£o disponí­veis comercialmente na CSGI Solutions for Conservation of Cultural Heritage, uma empresa fundada por Piero Baglioni e outros. CSGI, o Centro de Ciência de Cola³ides e Superfa­cies, éum consãorcio de universidades financiado principalmente por programas da Unia£o Europeia.

 

.
.

Leia mais a seguir