A onze bilhaµes de quila´metros de distância - mais de quatro vezes a distância de nosa Plutão - fica o limite da bolha magnanãtica de nosso sistema solar, a heliopausa.

Uma ilustração da heliosfera sendo bombardeada com raios ca³smicos de fora de nosso sistema solar. Crédito: Goddard Space Flight Center / Conceptual Image Lab da NASA
A onze bilhaµes de quila´metros de distância - mais de quatro vezes a distância de nosa Plutão - fica o limite da bolha magnanãtica de nosso sistema solar, a heliopausa. Aqui, o campo magnético do Sol, estendendo-se pelo espaço como uma teia de aranha invisível, se reduz a nada. O espaço interestelar comea§a.
"a‰ realmente a maior fronteira desse tipo que podemos estudar", disse Walt Harris, fasico espacial da Universidade do Arizona em Tucson.
Ainda sabemos pouco sobre o que estãoalém dessa fronteira. Felizmente, pedaço s de espaço interestelar podem chegar aténós, passando direto por essa fronteira e abrindo caminho para o sistema solar.
Uma nova missão da NASA estudara¡ a luz departículas interestelares que entraram em nosso sistema solar para aprender sobre os pontos mais pra³ximos do espaço interestelar. A missão, chamada Spatial Heterodyne Interferometric Emission Line Dynamics Spectrometer, ou SHIELDS, tera¡ sua primeira oportunidade de lana§amento a bordo de um foguete suborbital do White Sands Missile Range no Novo Manãxico em 19 de abril de 2021.
Todo o nosso sistema solar estãoa deriva em um aglomerado de nuvens, uma área limpa por antigas explosaµes de supernovas. Os astrônomos chamam essa regia£o de Bolha Local, um gra¡fico oblongo do espaço com cerca de 300 anos-luz de comprimento dentro do braa§o espiralado de Orion da Via La¡ctea. Ele contanãm centenas de estrelas, incluindo nosso pra³prio sol.
Passamos por esse mar interestelar em nosso confia¡vel navio, a heliosfera, uma bolha magnanãtica muito menor (embora ainda gigantesca) explodida pelo sol. Amedida que orbitamos o Sol, o pra³prio sistema solar, envolto na heliosfera, dispara atravanãs da Bolha Local a cerca de 52.000 milhas por hora (23 quila´metros por segundo). Partículas interestelares atingem o nariz de nossa heliosfera como chuva contra um para-brisa.
Nossa heliosfera émais parecida com uma jangada de borracha do que com um veleiro de madeira: seus arredores moldam sua forma. Ele se comprime em pontos de pressão, se expande onde cede. Exatamente como e onde o revestimento de nossa heliosfera se deforma nos da¡ pistas sobre a natureza do espaço interestelar fora dela. Este limite - e quaisquer deformidades nele - éo que Walt Harris, principal investigador da missão SHIELDS, estãoprocurando.
SHIELDS éum telesca³pio que serálana§ado a bordo de um foguete, um pequeno veaculo que voa ao espaço por alguns minutos de observação do tempo antes de cair de volta a Terra. A equipe de Harris lançou uma iteração anterior do telesca³pio como parte da missão HYPE em 2014 e, depois de modificar o design, eles estãoprontos para lana§ar novamente.
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SHIELDS medira¡ a luz de uma população especial de a¡tomos de hidrogaªnio originalmente do espaço interestelar. Esses a¡tomos são neutros, com um número equilibrado de pra³tons e elanãtrons. Os a¡tomos neutros podem cruzar as linhas do campo magnanãtico, então eles infiltram-se pela heliopausa e entram em nosso sistema solar quase imperturba¡veis ​​- mas não completamente.
Os pequenos efeitos desse cruzamento de fronteira são fundamentais para a técnica da SHIELDS. Partículas carregadas fluem ao redor da heliopausa, formando uma barreira. Partículas neutras do espaço interestelar devem passar por essa manopla, que altera seus caminhos. SHIELDS foi projetado para reconstruir as trajeta³rias daspartículas neutras para determinar de onde elas vieram e o que viram ao longo do caminho.
Poucos minutos após o lana§amento, o SHIELDS atingira¡ sua altitude máxima de cerca de 186 milhas (300 quila´metros) do solo, muito acima do efeito de absorção da atmosfera da Terra. Apontando seu telesca³pio para o nariz da heliosfera, ele detectara¡ a chegada da luz de a¡tomos de hidrogaªnio. Medir como o comprimento de onda da luz se estende ou se contrai revela a velocidade das partículas Ao todo, a SHIELDS produzira¡ um mapa para reconstruir a forma e a densidade varia¡vel da matéria na heliopausa.
Os dados, espera Harris, ajudara£o a responder a perguntas tentadoras sobre como éo espaço interestelar.
Por exemplo, os astrônomos acham que a bolha local como um todo écerca de 1/10 da densidade da maioria do resto do disco principal da gala¡xia. Mas não sabemos os detalhes - por exemplo, a matéria na bolha local édistribuada uniformemente ou amontoada em bolsos densos cercados por nada?
"Ha¡ muita incerteza sobre a estrutura fina do meio interestelar - nossos mapas são meio toscos", disse Harris. "Conhecemos os contornos gerais dessas nuvens, mas não sabemos o que estãoacontecendo dentro delas."
Os astrônomos também não sabem muito sobre o campo magnético da gala¡xia. Mas deve deixar uma marca em nossa heliosfera que a SHIELDS pode detectar, comprimindo a heliopausa de uma forma especafica com base em sua força e orientação.
Finalmente, aprender como énosso enredo atual do espaço interestelar pode ser um guia útil para o futuro (distante). Nosso sistema solar estãoapenas passando pelo nosso pedaço de espaço atual . Em cerca de 50.000 anos, estaremos saindo da Bolha Local e avaçando, sabe-se la¡ o quaª.
"Nãosabemos realmente como éaquela outra nuvem e não sabemos o que acontece quando vocêcruza uma fronteira para dentro dessa nuvem", disse Harris. "Ha¡ muito interesse em entender o que provavelmente iremos experimentar enquanto nosso sistema solar faz essa transição."
Nãoque nosso sistema solar não tenha feito isso antes. Nos últimos quatro bilhaµes de anos, explica Harris, a Terra passou por uma variedade de ambientes interestelares. a‰ que agora estamos por aa, com as ferramentas cientaficas para documentar isso.
"Estamos apenas tentando entender nosso lugar na gala¡xia e para onde vamos no futuro", disse Harris.