Tecnologia Científica

Sondando o espaço profundo com interestelar
As Voyagers descobriram a borda da bolha, mas deixaram os cientistas com muitas daºvidas sobre como nosso Sol interage com o meio interestelar local.
Por União Europeia de Geociências - 27/04/2021


Os cientistas esperam que a sonda interestelar proposta nos ensine mais sobre nosso lar na gala¡xia, bem como como outras estrelas na gala¡xia interagem com suas vizinhana§as interestelares. Crédito: Johns Hopkins APL

Quando as Espaçonaves Voyager 1 e Voyager 2, com quatro décadas de idade, entraram no espaço interestelar em 2012 e 2018, respectivamente, os cientistas comemoraram. Essas corajosas Espaçonaves já haviam viajado 120 vezes a distância da Terra ao Sol para alcana§ar o limite da heliosfera, a bolha que envolve nosso sistema solar que éafetada pelo vento solar. As Voyagers descobriram a borda da bolha, mas deixaram os cientistas com muitas daºvidas sobre como nosso Sol interage com o meio interestelar local. Os instrumentos das Voyagers gaªmeas fornecem dados limitados, deixando lacunas cra­ticas em nosso entendimento desta regia£o.

A NASA e seus parceiros estãoagora planejando que a próxima Espaçonave, atualmente chamada de Sonda Interestelar, viaje muito mais fundo no espaço interestelar, 1.000 unidades astrona´micas (UA) do sol, com a esperana§a de aprender mais sobre como nossa heliosfera se formou e como ele evolui.

"A Sonda Interestelar ira¡ para o espaço interestelar local desconhecido, onde a humanidade nunca alcana§ou antes", diz Elena Provornikova, chefe de heliofa­sica da Sonda Interestelar do Laborata³rio de Fa­sica Aplicada Johns Hopkins (APL) em Maryland. "Pela primeira vez, tiraremos uma foto de nossa vasta heliosfera de fora para ver como éa casa do nosso sistema solar."

Provornikova e seus colegas discutira£o as oportunidades da ciência heliofa­sica para a missão na Assembleia Geral 2021 da Unia£o Europeia de Geociências (EGU).

A equipe liderada pelo APL, que envolve cerca de 500 cientistas, engenheiros e entusiastas - formais e informais - de todo o mundo, tem estudado quais tipos de investigações a missão deve planejar. "Existem oportunidades cienta­ficas verdadeiramente nota¡veis ​​que abrangem heliofa­sica, ciência planeta¡ria e astrofa­sica", diz Provornikova.

Os cientistas planejam que a Sonda Interestelar alcance 1.000 UA - 1 UA éa distância do
Sol a  Terra - no meio interestelar. Isso écerca de 10 vezes mais longe que a
Espaçonave Voyager. Crédito: Johns Hopkins APL

Alguns mistanãrios que a equipe espera resolver com a missão incluem: como o plasma do sol interage com o gás interestelar para criar nossa heliosfera; o que estãoalém de nossa heliosfera; e como a nossa heliosfera se parece. A missão planeja fazer "imagens" de nossa heliosfera usando a¡tomos energanãticos neutros e talvez até"observar a luz de fundo extragala¡ctica dos primeiros tempos da formação de nossa gala¡xia - algo que não pode ser visto da Terra", diz Provornikova. Os cientistas também esperam aprender mais sobre como nosso Sol interage com a gala¡xia local, o que pode então oferecer pistas sobre como outras estrelas na gala¡xia interagem com suas vizinhana§as interestelares, diz ela.

A heliosfera também éimportante porque protege nosso sistema solar dos raios ca³smicos gala¡cticos de alta energia. O sol estãoviajando em nossa gala¡xia, passando por diferentes regiaµes do espaço interestelar, diz Provornikova. O sol estãoatualmente no que échamado de nuvem interestelar local, mas pesquisas recentes sugerem que o sol pode estar se movendo em direção a  borda da nuvem, após o que entraria na próxima regia£o do espaço interestelar - sobre a qual nada sabemos. Essa mudança pode fazer nossa heliosfera ficar maior ou menor ou alterar a quantidade de raios ca³smicos gala¡cticos que entram e contribuem para onívelde radiação de fundo na Terra, diz ela.
 
Este éo último ano de um "estudo de conceito pragma¡tico" de quatro anos, no qual a equipe tem investigado o que a ciência poderia ser realizada com essa missão. No final do ano, a equipe entregara¡ um relatório a  NASA que descreve o potencial da ciaªncia, exemplos de cargas aºteis de instrumentos e exemplos de Espaçonaves e projetos de trajeta³rias para a missão. "Nossa abordagem édefinir o menu do que pode ser feito em uma missão espacial ", diz Provornikova.

A missão poderia ser lana§ada no ini­cio de 2030 e levaria cerca de 15 anos para atingir o limite da heliosfera - um ritmo rápido em comparação com as Voyagers, que levaram 35 anos para chegar la¡. O projeto da missão atual estãoplanejado para durar 50 anos ou mais.

Provornikova apresentara¡ as últimas novidades sobre o plano de heliofa­sica da Sonda Interestelar na segunda-feira, 26 de abril a s 14h CEST.

 

.
.

Leia mais a seguir