Tecnologia Científica

Invento propaµe nova rota para produção sustenta¡vel de aromas de frutas
A pesquisa teve pedido de patente e a tecnologia estãodispona­vel para licenciamento
Por Ana Paula Palazi - 20/05/2021


Pesquisadores da Unicamp - Foto Thaa­s Oliveira

Uma banana madura na fruteira ou recanãm descascada exala um cheiro inconfunda­vel. Um dos responsa¡veis pela agrada¡vel sensação olfativa éuma substância conhecida como anãster de aroma. Essas moléculas produzidas naturalmente por frutas, flores e outros vegetais aroma¡ticos podem ser extraa­das naturalmente ou sintetizadas artificialmente de várias formas já usadas pela indaºstria. 

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) propaµem uma nova rota para unir o melhor dos dois mundos: o controle e padronização da produção de aromas sintanãticos com a matriz sustenta¡vel e de economia circular dos aromas naturais. A pesquisa teve pedido de patente depositado pela Agência de Inovação da Unicamp e a tecnologia estãodispona­vel para licenciamento.

“Procuramos fazer a produção desses aromas a partir de um processo limpo, com uso de matérias-primas naturais. Substa¢ncias de baixa toxicidade que podemos reciclar e não poluem o meio ambiente”, destaca Julian Marta­nez, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. 

Principais vantagens

Na pesquisa, os inventores produziram anãsteres de aromas de banana (acetato de isoamila) e cravo-da-a­ndia (acetato de eugenila) por meio de reações catalisadas por enzimas imobilizadas em dia³xido de carbono (CO2) supercra­tico. Esse estado da matéria raramente éencontrado na natureza. 

Em condições normais, o CO2 se apresenta em forma gasosa. Para transforma¡-lo em supercrítico énecessa¡rio elevar a temperatura e a pressão acima das condições naturais dele, ou seja, acima do ponto cra­tico. Nessa fase, o dia³xido de carbono possui propriedades particulares, conseguindo dissolver outras substâncias como fazem os la­quidos. 

Os produtos gerados são livres de solventes ta³xicos e o processo éconsiderado limpo, pois não polui o ambiente. Na operação, o CO2 étotalmente recuperado para ser reutilizado. Os ciclos também podem ser realizados em modo batelada ou conta­nuo o que éconsiderada outra vantagem. Além disso, a temperatura e pressão empregadas na reação são relativamente baixas.

Marta­nez explica que para separar o CO2 dos produtos basta reduzir a pressão no reator. Dessa forma, o CO2 volta a seu estado gasoso, se separando completamente do produto final oso aroma em forma la­quida -, podendo ser recirculado para a próxima rodada. “a‰ um processo eficiente porque não deixa traa§os ou resíduos de solvente no produto, por isso pode ser aplicado em alimentos, cosmanãticos e fa¡rmacos. Além do custo operacional energanãtico menor, pois eliminamos uma etapa obrigata³ria que era a evaporação do solvente com emprego de calor”, explica o inventor.

 

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