A pesquisa teve pedido de patente e a tecnologia estãodisponavel para licenciamento

Pesquisadores da Unicamp - Foto Thaas Oliveira
Uma banana madura na fruteira ou recanãm descascada exala um cheiro inconfundavel. Um dos responsa¡veis pela agrada¡vel sensação olfativa éuma substância conhecida como anãster de aroma. Essas moléculas produzidas naturalmente por frutas, flores e outros vegetais aroma¡ticos podem ser extraadas naturalmente ou sintetizadas artificialmente de várias formas já usadas pela indaºstria.Â
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) propaµem uma nova rota para unir o melhor dos dois mundos: o controle e padronização da produção de aromas sintanãticos com a matriz sustenta¡vel e de economia circular dos aromas naturais. A pesquisa teve pedido de patente depositado pela Agência de Inovação da Unicamp e a tecnologia estãodisponavel para licenciamento.
“Procuramos fazer a produção desses aromas a partir de um processo limpo, com uso de matérias-primas naturais. Substa¢ncias de baixa toxicidade que podemos reciclar e não poluem o meio ambienteâ€, destaca Julian Martanez, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp.Â
Principais vantagens
Na pesquisa, os inventores produziram anãsteres de aromas de banana (acetato de isoamila) e cravo-da-andia (acetato de eugenila) por meio de reações catalisadas por enzimas imobilizadas em dia³xido de carbono (CO2) supercratico. Esse estado da matéria raramente éencontrado na natureza.Â
Em condições normais, o CO2 se apresenta em forma gasosa. Para transforma¡-lo em supercrítico énecessa¡rio elevar a temperatura e a pressão acima das condições naturais dele, ou seja, acima do ponto cratico. Nessa fase, o dia³xido de carbono possui propriedades particulares, conseguindo dissolver outras substâncias como fazem os laquidos.Â
Os produtos gerados são livres de solventes ta³xicos e o processo éconsiderado limpo, pois não polui o ambiente. Na operação, o CO2 étotalmente recuperado para ser reutilizado. Os ciclos também podem ser realizados em modo batelada ou contanuo o que éconsiderada outra vantagem. Além disso, a temperatura e pressão empregadas na reação são relativamente baixas.
Martanez explica que para separar o CO2 dos produtos basta reduzir a pressão no reator. Dessa forma, o CO2 volta a seu estado gasoso, se separando completamente do produto final oso aroma em forma laquida -, podendo ser recirculado para a próxima rodada. “a‰ um processo eficiente porque não deixa traa§os ou resíduos de solvente no produto, por isso pode ser aplicado em alimentos, cosmanãticos e fa¡rmacos. Além do custo operacional energanãtico menor, pois eliminamos uma etapa obrigata³ria que era a evaporação do solvente com emprego de calorâ€, explica o inventor.