Equipe desenvolve simulador qua¢ntico com 256 qubits, o maior de seu tipo já criado
Qubits são os blocos de construa§a£o fundamentais nos quais os computadores qua¢nticos funcionam e a fonte de seu enorme poder de processamento.

Dolev Bluvstein (da esquerda), Mikhail Lukin e Sepehr Ebadi estãoentre os pesquisadores que desenvolveram um tipo especial de computador qua¢ntico conhecido como simulador qua¢ntico programa¡vel. Fotos de Rose Lincoln / fota³grafo da equipe de Harvard
Uma equipe de fasicos do Harvard-MIT Center for Ultracold Atoms e de outras universidades desenvolveu um tipo especial de computador qua¢ntico conhecido como simulador qua¢ntico programa¡vel capaz de operar com 256 bits qua¢nticos, ou "qubits".
O sistema marca um passo importante para a construção de ma¡quinas qua¢nticas em grande escala que podem ser usadas para lana§ar luz sobre uma sanãrie de processos qua¢nticos complexos e, eventualmente, ajudar a trazer avanços do mundo real na ciência dos materiais , tecnologias de comunicação , finana§as e muitos outros campos, superar obsta¡culos de pesquisa que estãoalém das capacidades atémesmo dos supercomputadores mais rápidos da atualidade. Qubits são os blocos de construção fundamentais nos quais os computadores qua¢nticos funcionam e a fonte de seu enorme poder de processamento.
"Isso move o campo para um novo domanio onde ninguanãm jamais esteve atéagora", disse Mikhail Lukin, o professor de física George Vasmer Leverett, codiretor da Harvard Quantum Initiative e um dos autores saªnior do estudo publicado hoje na revista Nature . "Estamos entrando em uma parte completamente nova do mundo qua¢ntico."
De acordo com Sepehr Ebadi, estudante de física na Escola de Pa³s-Graduação em Artes e Ciências e principal autor do estudo, éa combinação do tamanho sem precedentes do sistema e da capacidade de programação que o coloca na vanguarda da corrida por um computador qua¢ntico, que aproveita o propriedades misteriosas da matéria em escalas extremamente pequenas para um grande avanço no poder de processamento. Sob as circunsta¢ncias certas, o aumento nos qubits significa que o sistema pode armazenar e processar exponencialmente mais informações do que os bits cla¡ssicos nos quais os computadores padrãosão executados.
Dolev Bluvstein olha para um laser de 420 mm que lhes permite controlar e
emaranhar a¡tomos de Rydberg. Crédito: Harvard University
"O número de estados qua¢nticos que são possaveis com apenas 256 qubits excede o número de a¡tomos no sistema solar", disse Ebadi, explicando o vasto tamanho do sistema.
O simulador já permitiu aos pesquisadores observar vários estados qua¢nticos exa³ticos da matéria que nunca haviam sido realizados experimentalmente e realizar um estudo de transição de fase qua¢ntica tão preciso que serve como um exemplo cla¡ssico de como o magnetismo funciona nonívelqua¢ntico.
Esses experimentos fornecem informações poderosas sobre a física qua¢ntica subjacente a s propriedades dos materiais e podem ajudar a mostrar aos cientistas como projetar novos materiais com propriedades exa³ticas.
O projeto usa uma versão significativamente atualizada de uma plataforma desenvolvida pelos pesquisadores em 2017, que era capaz de atingir o tamanho de 51 qubits. Esse sistema mais antigo permitiu aos pesquisadores capturar a¡tomos de rubadio ultrafrios e organiza¡-los em uma ordem especafica usando uma matriz unidimensional de feixes de laser focalizados individualmente, chamados de pina§as a³pticas .
Â
Este novo sistema permite que os a¡tomos sejam montados em arranjos bidimensionais de pina§as a³pticas. Isso aumenta o tamanho do sistema alcana§a¡vel de 51 para 256 qubits. Usando a pina§a, os pesquisadores podem organizar os a¡tomos em padraµes sem defeitos e criar formas programa¡veis ​​como retaculos quadrados, em favo de mel ou triangulares para projetar diferentes interações entre os qubits.
"O carro-chefe desta nova plataforma éum dispositivo chamado modulador de luz espacial, que éusado para moldar uma frente de onda a³ptica para produzir centenas de feixes de pina§a a³pticos focalizados individualmente", disse Ebadi. "Esses dispositivos são essencialmente os mesmos que são usados ​​dentro de um projetor de computador para exibir imagens em uma tela, mas nosos adaptamos para serem um componente crítico de nosso simulador qua¢ntico."
O carregamento inicial dos a¡tomos nas pina§as a³pticas éaleata³rio, e os pesquisadores devem mover os a¡tomos para organiza¡-los em suas geometrias-alvo. Os pesquisadores usam um segundo conjunto de pina§as a³pticas ma³veis para arrastar os a¡tomos atéseus locais desejados, eliminando a aleatoriedade inicial. Lasers da£o aos pesquisadores controle completo sobre o posicionamento dos qubits ata´micos e sua manipulação qua¢ntica coerente.
Outros autores seniores do estudo incluem os professores de Harvard Subir Sachdev e Markus Greiner, que trabalharam no projeto junto com o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Vladan Vuletić, e cientistas de Stanford, da Universidade da Califórnia em Berkeley, da Universidade de Innsbruck na austria, o austraaco Academy of Sciences e QuEra Computing Inc. em Boston.
"Nosso trabalho faz parte de uma corrida global realmente intensa e de alta visibilidade para construir computadores qua¢nticos maiores e melhores", disse Tout Wang, pesquisador associado em física em Harvard e um dos autores do artigo. "O esfora§o geral [além do nosso] envolve as principais instituições de pesquisa acadaªmica e grandes investimentos do setor privado do Google, IBM, Amazon e muitos outros."
Os pesquisadores estãoatualmente trabalhando para melhorar o sistema, melhorando o controle do laser sobre os qubits e tornando o sistema mais programa¡vel. Eles também estãoexplorando ativamente como o sistema pode ser usado para novas aplicações, que va£o desde a sondagem de formas exa³ticas de matéria qua¢ntica atéa solução de problemas desafiadores do mundo real que podem ser codificados naturalmente nos qubits.
"Este trabalho permite um grande número de novas direções cientaficas", disse Ebadi. "Nãoestamos nem perto dos limites do que pode ser feito com esses sistemas."