Singularidades são pontos que, quando descritos matematicamente, da£o um valor infinito e sugerem áreas do universo onde as leis da física deixariam de existir - ou seja, pontos no inicio do universo e no centro dos buracos negros.

Uma nova abordagem qua¢ntica para o problema das singularidades poderia responder a questãodo que acontece no centro de um buraco negro como este encontrado na gala¡xia M87. Crédito: Event Horizon Telescope Collaboration et al.
Uma das principais questões da relatividade geral que a separa de outras descrições do universo, como a física qua¢ntica, éa existaªncia de singularidades. Singularidades são pontos que, quando descritos matematicamente, da£o um valor infinito e sugerem áreas do universo onde as leis da física deixariam de existir - ou seja, pontos no inicio do universo e no centro dos buracos negros.
Um novo artigo na Fasica Nuclear B , publicado por Roberto Casadio, Alexander Kamenshchik e Iberaª Kuntz do Dipartimento di Fisica e Astronomia, Universita di Bologna, Ita¡lia, sugere que estender o tratamento de singularidades na física cla¡ssica para a física qua¢ntica pode ajudar a resolver esta disparidade entre ramos da física.
“Nenhuma descrição da natureza éperfeita e completa. Cada teoria tem seu domanio de aplicabilidade, além do qual ela se quebra e suas previsaµes não fazem mais sentidoâ€, diz Casadio. Como exemplo, ele cita as teorias de Newton, que ainda são robustas o suficiente para enviar foguetes ao Espaço, mas caem quando descrevem os muito pequenos ou tremendamente massivos.
“Este éum problema sanãrio porque a relatividade geral  - a teoria que melhor descreve a interação gravitacional no momento - prediz a existaªncia de singularidades de forma bastante genanãricaâ€, diz Casadio. "a‰ como ter um buraco no Espaço, onde nada pode existir, mas no qual caira£o os observadores e tudo o mais."
Casadio sugere que isso pode ser visto como um pedaço de papel com um pequeno orifacio. “Vocaª pode mover a ponta da caneta no papel, o que representa o movimento de uma partacula, mas se chegar ao orifacio, a caneta para de desenhar repentinamente e aspartículas desaparecem repentinamenteâ€, diz ele. "Isso ilustra como as singularidades são obsta¡culos teóricos que nos impedem de compreender totalmente a natureza."
Casadio acrescenta que o fato de a física deixar de existir nas singularidades leva a questões não respondidas como: O que realmente aconteceu no inicio do universo? Tudo nasceu de um ponto que nunca existiu realmente? O que acontece com uma partacula quando ela cai no centro de um buraco negro?
“Essas questões em aberto são a razãopela qual somos compelidos por nossa curiosidade a seguir essa linha de investigaçãoâ€, diz ele. "Nossa abordagem depende fortemente dos manãtodos da teoria qua¢ntica de campos (QFT): a estrutura que combina a meca¢nica qua¢ntica e a relatividade especial e da¡ origem ao modelo padrãomuito bem-sucedido da física de partículas"
Os autores usaram as ferramentas do QFT para construir um objeto matema¡tico que pode sinalizar a presença de singularidades em quantidades mensura¡veis ​​experimentalmente. Esse objeto, que eles chamaram de "número do enrolamento funcional", édiferente de zero na presença de singularidades e desaparece em sua ausaªncia.
Esta abordagem revelou que certas singularidades previstas teoricamente não afetam quantidades que podem, em princapio, ser medidas experimentalmente e, portanto, permanecem construtos matema¡ticos inofensivos.
“Se nosso formalismo sobreviveu ao escrutanio cientafico e acabou sendo a abordagem correta, isso sugeriria a existaªncia de um princapio fasico muito profundo, então as escolhas das varia¡veis ​​fasicas são bastante sem importa¢nciaâ€, conclui Casadio. "Isso pode ter consequaªncias para a nossa compreensão da física, mesmo além do assunto das singularidades."