Tecnologia Científica

Ficção cienta­fica revisitada: propulsão Ramjet
depois de meio século de esperana§a de viagens interestelares em um futuro distante, agora éaparente que o impulso ramjet, embora seja uma ideia interessante, continuara¡ sendo apenas parte da fica§a£o cienta­fica.
Por Universidade de Tecnologia de Viena - 20/12/2021


Impressão arta­stica do sistema de propulsão Ramjet. Crédito: NASA

Nas histórias de ficção cienta­fica sobre o contato com civilizações extraterrestres, háum problema: que tipo de sistema de propulsão poderia tornar possí­vel transpor as enormes distâncias entre as estrelas? Isso não pode ser feito com foguetes comuns como os usados ​​para viajar para a lua ou Marte. Muitas idrias mais ou menos especulativas sobre isso foram apresentadas - uma delas éo "coletor Bussard" ou "propulsão Ramjet". Trata-se de capturar pra³tons no espaço interestelar e, em seguida, usa¡-los para um reator de fusão nuclear.

Peter Schattschneider, fa­sico e autor de ficção cienta­fica, agora analisou esse conceito com mais detalhes junto com seu colega Albert Jackson, dos Estados Unidos. O resultado, infelizmente, édecepcionante para os fa£s de viagens interestelares : não pode funcionar da maneira que Robert Bussard, o inventor desse sistema de propulsão, o idealizou em 1960. A análise agora foi publicada na revista cienta­fica Acta Astronautica.

A ma¡quina de coleta de hidrogaªnio

"Definitivamente, vale a pena investigar a ideia", disse o Prof. Peter Schattschneider. "No espaço interestelar, hágás altamente dilua­do, principalmente hidrogaªnio - cerca de um a¡tomo por centa­metro caºbico. Se vocêcoletasse o hidrogaªnio na frente da Espaçonave, como em um funil magnanãtico, com a ajuda de enormes campos magnanãticos, vocêpoderia usar para operar um reator de fusão e acelerar a Espaçonave. " Em 1960, Robert Bussard publicou um artigo cienta­fico sobre isso. Nove anos depois, esse campo magnético foi descrito teoricamente pela primeira vez. "Desde então, a ideia não apenas entusiasmou os fa£s de ficção cienta­fica, mas também gerou um grande interesse na comunidade astrona¡utica técnica e cienta­fica", diz Peter Schattschneider.

Peter Schattschneider e Albert Jackson agora examinaram mais de perto as equações, meio século depois. O software desenvolvido na TU Wien como parte de um projeto de pesquisa para ca¡lculo de campos eletromagnanãticos em microscopia eletra´nica revelou-se inesperadamente extremamente útil: os fa­sicos puderam usa¡-lo para mostrar que o princa­pio ba¡sico do aprisionamento departículas magnanãticas realmente funciona. Aspartículas podem ser coletadas no campo magnético proposto e conduzidas para um reator de fusão. Desta forma, uma aceleração considera¡vel pode ser alcana§ada - atévelocidades relativa­sticas.

Dimensaµes enormes

No entanto, quando o tamanho do funil magnético écalculado, as esperanças de uma visita aos nossos vizinhos gala¡cticos desaparecem rapidamente. Para atingir um impulso de 10 milhões de newtons - equivalente ao dobro da propulsão principal do a´nibus espacial - o funil teria que ter um dia¢metro de quase 4.000 quila´metros. Uma civilização tecnicamente avana§ada pode ser capaz de construir algo assim, mas o verdadeiro problema éo comprimento necessa¡rio dos campos magnanãticos: o funil teria de ter cerca de 150 milhões de quila´metros - essa éa distância entre o Sol e a Terra.

Portanto, depois de meio século de esperana§a de viagens interestelares em um futuro distante, agora éaparente que o impulso ramjet, embora seja uma ideia interessante, continuara¡ sendo apenas parte da ficção cienta­fica. Se quisermos visitar nossos vizinhos ca³smicos um dia, teremos que pensar em outra coisa.

 

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