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Supernovas e vida na Terra parecem intimamente conectadas
A correlação indica que as supernovas estabeleceram condia§aµes essenciais para a existaªncia de vida na Terra. Isso éconclua­do em um novo artigo de pesquisa publicado na revista cienta­fica Geophysical Research Letters
Por Universidade Técnica da Dinamarca - 06/01/2022


Ilustração da Via La¡ctea vista da Terra, onde a supernova acelera os raios ca³smicos para altas energias. Algumas dessaspartículas de raios ca³smicos entram na atmosfera da Terra, onde produzem estruturas de chuva departículas secunda¡rias. Um resultado surpreendente éque asmudanças nos raios ca³smicos ao longo da história da Terra influenciaram a vida na Terra. Crédito: H. Svensmark / DTU Space

Foi descoberta uma ligação nota¡vel entre o número de estrelas em explosão próximas, chamadas supernovas, e a vida na Terra.

A evidência demonstra uma conexão próxima entre a fração de matéria orga¢nica enterrada em sedimentos emudanças na ocorraªncia de supernovas. Essa correlação éaparente durante os últimos 3,5 bilhaµes de anos e com mais detalhes nos 500 milhões de anos anteriores.

A correlação indica que as supernovas estabeleceram condições essenciais para a existaªncia de vida na Terra. Isso éconclua­do em um novo artigo de pesquisa publicado na revista cienta­fica Geophysical Research Letters pelo pesquisador saªnior Dr. Henrik Svensmark, DTU Space.

De acordo com o artigo, uma explicação para a ligação observada entre as supernovas e a vida éque as supernovas influenciam o clima da Terra . Um grande número de supernovas leva a um clima frio com uma diferença significativa de temperatura entre o equador e as regiaµes polares. Isso resulta em ventos fortes e na mistura do oceano , vital para o fornecimento de nutrientes aos sistemas biola³gicos. A alta concentração de nutrientes leva a uma maior bioprodutividade e a um soterramento mais extenso de matéria orga¢nica nos sedimentos. Um clima quente tem ventos mais fracos e menos mistura dos oceanos, diminuição do suprimento de nutrientes, menor bioprodutividade e menos soterramento de matéria orga¢nica.

"Uma consequaªncia fascinante éque mover a matéria orga¢nica para os sedimentos éindiretamente a fonte de oxigaªnio. A fotossa­ntese produz oxigaªnio e açúcar a partir da luz, águae CO 2. No entanto, se a matéria orga¢nica não for movida para os sedimentos, o oxigaªnio e a matéria orga¢nica se transformam em CO 2 e a¡gua. O sepultamento de matéria orga¢nica impede essa reação reversa. Portanto, as supernovas controlam indiretamente a produção de oxigaªnio, e o oxigaªnio éa base de toda vida complexa ", diz o autor Henrik Svensmark.

No artigo, uma medida da concentração de nutrientes no oceano nos últimos 500 milhões de anos se correlaciona razoavelmente com as variações na frequência das supernovas. A concentração de nutrientes nos oceanos éencontrada medindo-se oligoelementos na pirita (FeS 2 , também chamado de "ouro de tolo") embutidos no xisto negro, que estãosedimentado no fundo do mar. Estimar a fração de material orga¢nico nos sedimentos épossí­vel medindo o carbono-13 em relação ao carbono-12. Como a vida prefere o a¡tomo mais leve de carbono-12, a quantidade de biomassa nos oceanos do mundo muda a proporção entre o carbono-12 e o carbono-13 medida nos sedimentos marinhos.

"As novas evidaªncias apontam para uma extraordina¡ria interconexão entre a vida na Terra e as supernovas , mediada pelo efeito dos raios ca³smicos nas nuvens e no clima", diz Henrik Svensmark.

O link para o clima

Estudos anteriores de Svensmark e colegas demonstraram que os a­ons ajudam na formação e no crescimento de aerossãois, influenciando assim a fração de nuvem. Uma vez que as nuvens podem regular a energia solar que pode atingir asuperfÍcie da Terra, a ligação raio ca³smico / nuvem éimportante para o clima. A evidência empa­rica mostra que o clima da Terra muda quando a intensidade dos raios ca³smicos muda. A frequência das supernovas pode variar em várias centenas por cento em escalas de tempo geola³gicas e asmudanças climáticas resultantes são considera¡veis.

"Quando estrelas pesadas explodem, elas produzem raios ca³smicos feitos departículas elementares com enormes energias. Os raios ca³smicos viajam para o nosso sistema solar e alguns terminam sua jornada colidindo com a atmosfera da Terra. Aqui, eles são responsa¡veis ​​por ionizar a atmosfera", diz ele. .

 

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