Tecnologia Científica

Confirmando águala­quida sob a calota polar sul marciana
Um cientista do Southwest Research Institute mediu as propriedades de misturas de gelo e salmoura tão frias quanto -145 graus Fahrenheit para ajudar a confirmar que a águasalgada provavelmente existe entre gra£os de gelo ou sedimentos...
Por Instituto de Pesquisa do Sudoeste - 25/01/2022


Um cientista do SwRI estudou as propriedades anticongelantes de sais exa³ticos que existem em Marte, o que poderia permitir que as salmouras permanecessem la­quidas até-103 graus Fahrenheit. Os estudos mostram como uma milha abaixo da calota polar sul marciana, salmouras entre os gra£os de gelo ou sedimentos podem produzir os fortes reflexos detectados pelo instrumento de radar a bordo da sonda Mars Express da ESA. Crédito: NASA/JPL-Caltech/USGS/SwRI

Um cientista do Southwest Research Institute mediu as propriedades de misturas de gelo e salmoura tão frias quanto -145 graus Fahrenheit para ajudar a confirmar que a águasalgada provavelmente existe entre gra£os de gelo ou sedimentos sob a calota de gelo no polo sul de Marte. Medições de laboratório conduzidas pelo geofa­sico do SwRI, Dr. David Stillman, suportam reflexões estranhamente brilhantes detectadas pelo radar de sondagem de subsuperfa­cie MARSIS a bordo da sonda Mars Express da ESA.

Com uma antena de 130 panãs, o MARSIS sobrevoa o planeta, refletindo ondas de ra¡dio sobre uma área selecionada e, em seguida, recebendo e analisando os ecos ou reflexões. Qualquer águala­quida próxima a superfÍcie deve enviar um sinal forte e brilhante, enquanto o sinal de radar para gelo e rocha seria muito menor.

Como os modelos convencionais assumem que a calota polar sul de Marte experimenta temperaturas muito mais baixas do que o ponto de fusão da a¡gua, muitos cientistas questionaram a presença de águala­quida. Argila, sais hidratados e gelos salinos tem sido propostos como explicações potenciais para a fonte das reflexões basais brilhantes. A equipe liderada pela Ita¡lia que investigou os fena´menos propostos usou dados publicados anteriormente, simulações e novas medições de laboratório .

“Lagos de águala­quida realmente existem sob geleiras nas regiaµes do artico e Anta¡rtica, então temos ana¡logos da Terra para encontrar águala­quida abaixo do gelo”, disse Stillman, especialista em detectar águaem qualquer formato osla­quido, gelo ou absorvido osem corpos planetarios e coautor de um artigo descrevendo essas descobertas. "Os sais exa³ticos que sabemos que existem em Marte tem propriedades 'anticongelantes' incra­veis, permitindo que as salmouras permanea§am la­quidas até-103 graus Fahrenheit. Estudamos esses sais em nosso laboratório para entender como eles responderiam ao radar."

Stillman tem mais de uma década de experiência medindo as propriedades de materiais em temperaturas frias para detectar e caracterizar gelo subterra¢neo, águadescongelada e o potencial de vida em todo o sistema solar. Para este projeto, Stillman mediu as propriedades de salmouras de perclorato em uma ca¢mara ambiental SwRI que produz temperaturas próximas do nitrogaªnio la­quido a pressaµes semelhantes a s de Marte.

"Meus colegas italianos entraram em contato para ver se meus dados de experimentos de laboratório apoiariam a presença de águala­quida sob a calota de gelo marciana", disse Stillman. "A pesquisa mostrou que não precisamos ter lagos de salmoura de perclorato e cloreto, mas que essas salmouras podem existir entre os gra£os de gelo ou sedimentos e são suficientes para exibir uma forte resposta dielanãtrica. Isso ésemelhante a  forma como a águado mar satura os gra£os de areia na costa ou como o sabor permeia uma raspadinha, mas a -103 graus Fahrenheit abaixo de uma milha de gelo perto do Pa³lo Sul de Marte."

A busca por águano cosmos estãoenraizada na busca de habitabilidade potencial, porque toda vida conhecida requer a¡gua.

"Neste caso, 'seguir a água' nos levou a um lugar tão frio que a vida como a conhecemos não poderia florescer", disse Stillman. "Mas ainda éinteressante, e quem sabe quais caminhos evolutivos a vida extraterrestre pode ter seguido?"

A pesquisa foi publicada na Earth and Planetary Science Letters

 

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