Os riscos de usar a IA para cultivar nossos alimentos são substanciais e não devem ser ignorados, alertam pesquisadores
A inteligaªncia artificial (IA) estãoprestes a impulsionar uma revolua§a£o agracola e ajudar a enfrentar o desafio de alimentar nossa crescente populaa§a£o global de maneira sustenta¡vel. Mas os pesquisadores alertam que o uso...

Drone pulverizando pesticidas no campo de trigo - Crédito: sarawuth702 (iStock/Getty Images Plus)
"A ideia de ma¡quinas inteligentes administrando fazendas não éficção cientafica".
Asaf Tzachor
Imagine um campo de trigo que se estende atéo horizonte, sendo cultivado para a farinha que serátransformada em pa£o para alimentar o valor das pessoas das cidades. Imagine que toda a autoridade para lavrar, plantar, fertilizar, monitorar e colher neste campo foi delegada a inteligaªncia artificial: algoritmos que controlam sistemas de irrigação por gotejamento, tratores auta´nomos e colheitadeiras, inteligentes o suficiente para responder ao clima e a s necessidades exatas da safra. Então imagine um hacker baguna§ando as coisas.
Uma nova análise de risco, publicada hoje na revista Nature Machine Intelligence , alerta que o uso futuro da inteligaªncia artificial na agricultura traz riscos potenciais substanciais para fazendas, agricultores e segurança alimentar que são pouco compreendidos e subestimados.
“A ideia de ma¡quinas inteligentes administrando fazendas não éficção cientafica. Grandes empresas já são pioneiras na próxima geração de robôs auta´nomos e sistemas de suporte a decisão que substituira£o os humanos em campoâ€, disse o Dr. papel.
“Mas atéagora ninguanãm parece ter feito a pergunta 'ha¡ algum risco associado a uma rápida implantação de IA agracola?'â€, acrescentou.
Apesar da enorme promessa da IA ​​para melhorar o gerenciamento de culturas e a produtividade agracola, os riscos potenciais devem ser abordados com responsabilidade e as novas tecnologias devidamente testadas em ambientes experimentais para garantir que sejam seguras e protegidas contra falhas acidentais, consequaªncias não intencionais e ataques cibernanãticos, os autores dizer.Â
Em sua pesquisa, os autores apresentaram um cata¡logo de riscos que devem ser considerados no desenvolvimento responsável da IA ​​para a agricultura ose maneiras de aborda¡-los. Nele, eles levantam o alarme sobre ciberataques potencialmente causando interrupções em fazendas comerciais usando IA, envenenando conjuntos de dados ou desligando pulverizadores, drones auta´nomos e colheitadeiras roba³ticas. Para se proteger contra isso, eles sugerem que os 'hackers de chapanãu branco' ajudem as empresas a descobrir quaisquer falhas de segurança durante a fase de desenvolvimento, para que os sistemas possam ser protegidos contra hackers reais.
Em um cena¡rio associado a falhas acidentais, os autores sugerem que um sistema de IA programado apenas para fornecer o melhor rendimento das culturas no curto prazo pode ignorar as consequaªncias ambientais de conseguir isso, levando ao uso excessivo de fertilizantes e erosão do solo no longo prazo. A aplicação excessiva de pesticidas em busca de altos rendimentos pode envenenar os ecossistemas; a aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados poluiria o solo e os cursos d' águacircundantes. Os autores sugerem envolver ecologistas aplicados no processo de design de tecnologia para garantir que esses cenários sejam evitados.
Ma¡quinas auta´nomas poderiam melhorar as condições de trabalho dos agricultores, aliviando-os do trabalho manual. Mas sem um projeto de tecnologia inclusiva, as desigualdades socioecona´micas que estãoatualmente enraizadas na agricultura global osincluindo discriminações de gaªnero, classe e etnia ospermanecera£o.Â
“Sistemas de agricultura especializados em IA que não consideram as complexidades dos insumos de trabalho ignorara£o e potencialmente sustentara£o a exploração de comunidades desfavorecidasâ€, alertou Tzachor. Â
Va¡rios ag-bots e maquina¡rios avana§ados, como drones e sensores, já são usados ​​para coletar informações sobre as lavouras e apoiar a tomada de decisaµes dos agricultores: detectar doenças ou irrigação insuficiente, por exemplo. E as ceifeiras-debulhadoras auta³nomas podem produzir uma colheita sem a necessidade de um operador humano. Esses sistemas automatizados visam tornar a agricultura mais eficiente, economizando custos trabalhistas, otimizando a produção e minimizando perdas e desperdacios. Isso leva ao aumento das receitas para os agricultores, bem como a uma maior dependaªncia da IA ​​agracola.Â
No entanto, os produtores de pequena escala que cultivam a maioria das fazendas em todo o mundo e alimentam grandes áreas do chamado Sul Global provavelmente sera£o excluados dos benefacios relacionados a IA. A marginalização, as baixas taxas de penetração da Internet e a exclusão digital podem impedir os pequenos proprieta¡rios de usar tecnologias avana§adas, ampliando as lacunas entre os agricultores comerciais e de subsistaªncia.Â
Com cerca de dois bilhaµes de pessoas afetadas pela insegurança alimentar, incluindo cerca de 690 milhões de desnutridos e 340 milhões de criana§as com deficiências de micronutrientes, as tecnologias de inteligaªncia artificial e a agricultura de precisão prometem benefacios substanciais para a segurança alimentar e nutricional diante dasmudanças climáticas e de uma população global crescente.
“A IA estãosendo saudada como o caminho para revolucionar a agricultura. Amedida que implantamos essa tecnologia em grande escala, devemos considerar de perto os riscos potenciais e visar a mitiga¡-los no inicio do projeto da tecnologiaâ€, disse o Dr. Sea¡n a“ ha‰igertaigh, Diretor Executivo do CSER e coautor da nova pesquisa.
Esta pesquisa foi financiada pela Templeton World Charity Foundation, Inc.