Tecnologia Científica

Lixo espacial em rota de colisão de 5.800 mph com a lua
A China tem um ma³dulo de pouso lunar no lado mais distante da lua, mas estara¡ muito longe para detectar o impacto de sexta-feira ao norte do equador. O Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA também estara¡ fora de alcance.
Por Márcia Dunn - 02/03/2022


Crateras de impacto cobrem asuperfÍcie da lua, vista de Berlim, Alemanha, tera§a-feira, 11 de janeiro de 2022. A lua estãoprestes a ser atingida por 3 toneladas de lixo espacial, um soco que abrira¡ uma cratera que poderia caber vários semitratores -trechos de um filme. Espera-se que um foguete restante atinja o lado oculto da lua a 9.300 km/h na sexta-feira, 4 de mara§o de 2022, longe dos olhos curiosos dos telesca³pios. Pode levar semanas, atémeses, para confirmar o impacto por meio de imagens de satanãlite. Crédito: AP Photo/Michael Sohn, Arquivo

A lua estãoprestes a ser atingida por 3 toneladas de lixo espacial, um soco que abrira¡ uma cratera que poderia acomodar vários semirreboques.

O foguete restante vai colidir com o outro lado da lua a 5.800 mph (9.300 km/h) na sexta-feira, longe dos olhos curiosos dos telesca³pios. Pode levar semanas, atémeses, para confirmar o impacto por meio de imagens de satanãlite.

Esta¡ caindo ao acaso pelo Espaço, acreditam os especialistas, desde que a China o lançou háquase uma década. Mas as autoridades chinesas duvidam que seja deles.

Nãoimporta de quem seja, os cientistas esperam que o objeto abra um buraco de 33 a 66 panãs (10 a 20 metros) de dia¢metro e envie poeira lunar voando centenas de milhas (quila´metros) atravanãs dasuperfÍcie a¡rida e marcada.

O lixo espacial de baixa a³rbita érelativamente fa¡cil de rastrear. Objetos lana§ados mais profundamente no espaço provavelmente não atingira£o nada e essas pea§as distantes geralmente são logo esquecidas, exceto por um punhado de observadores que gostam de brincar de detetive celestial ao lado.

A SpaceX originalmente levou o rap para a próxima ninhada lunar depois que o rastreador de asteroides Bill Gray identificou a rota de colisão em janeiro. Ele se corrigiu um maªs depois, dizendo que o objeto “misterioso” não era um foguete SpaceX Falcon do lana§amento de 2015 de um observata³rio clima¡tico do espaço profundo para a NASA.

Gray disse que provavelmente foi o terceiro esta¡gio de um foguete chinaªs que enviou uma ca¡psula de amostra de teste para a Lua em 2014. Mas funciona¡rios do ministanãrio chinaªs disseram que o esta¡gio superior havia reentrado na atmosfera da Terra e queimado.

Mas havia duas missaµes chinesas com designações semelhantes oso voo de teste e a missão de retorno de amostras lunares de 2020 ose os observadores dos EUA acreditam que as duas estãose misturando.

O Comando Espacial dos EUA, que rastreia o lixo espacial inferior, confirmou na tera§a-feira que o esta¡gio superior chinaªs da missão lunar de 2014 nunca saiu de a³rbita, conforme indicado anteriormente em seu banco de dados. Mas não foi possí­vel confirmar opaís de origem do objeto prestes a atingir a lua.

"Na³s nos concentramos em objetos mais pra³ximos da Terra", disse um porta-voz em um comunicado.
 
Gray, um matema¡tico e fa­sico, disse estar confiante agora que éo foguete da China.

"Tornei-me um pouco mais cauteloso em relação a esses assuntos", disse ele. "Mas eu realmente não vejo como poderia ser outra coisa."

Jonathan McDowell, do Harvard and Smithsonian Center for Astrophysics, apoia a avaliação revisada de Gray, mas observa: "O efeito seráo mesmo. Deixara¡ mais uma pequena cratera na lua".

A lua já possui inaºmeras crateras, com até2.500 quila´metros. Com pouca ou nenhuma atmosfera real, a lua éindefesa contra a constante barragem de meteoros e asteroides, e as naves espaciais ocasionais, incluindo algumas que caa­ram intencionalmente por causa da ciência Sem clima, não háerosão e as crateras de impacto duram para sempre.

A China tem um ma³dulo de pouso lunar no lado mais distante da lua, mas estara¡ muito longe para detectar o impacto de sexta-feira ao norte do equador. O Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA também estara¡ fora de alcance. a‰ improva¡vel que o Chandrayaan-2 em a³rbita lunar da andia também passe por la¡.

"Eu esperava que algo (significativo) atingisse a lua hámuito tempo. Idealmente, teria atingido o lado mais pra³ximo da lua em algum ponto onde pudanãssemos vaª-lo", disse Gray.

Depois de inicialmente fixar o pra³ximo ataque na SpaceX de Elon Musk, Gray deu outra olhada depois que um engenheiro do Laborata³rio de Propulsão a Jato da NASA questionou sua afirmação. Agora, ele estão"bastante persuadido" de que éuma pea§a de foguete chinesa, baseada não apenas no rastreamento orbital de sua decolagem em 2014, mas também em dados recebidos de seu experimento de ra¡dio amador de curta duração.

O Centro de Estudos de Objetos Pra³ximos a  Terra do JPL endossa a reavaliação de Gray. Uma equipe da Universidade do Arizona também identificou recentemente o segmento do foguete chinaªs Longa Marcha a partir da luz refletida em sua pintura, durante observações de telesca³pio do cilindro inclinado.

Tem cerca de 40 panãs (12 metros) de comprimento e 10 panãs (3 metros) de dia¢metro, e faz um a cada dois ou três minutos.

Gray disse que a SpaceX nunca o contatou para contestar sua afirmação original. Nem os chineses.

"Nãoéum problema da SpaceX, nem éum problema da China. Ninguanãm éparticularmente cuidadoso com o que eles fazem com lixo nesse tipo de a³rbita", disse Gray.

Rastrear restos de missão no espaço profundo como este édifa­cil, de acordo com McDowell. A gravidade da lua pode alterar o caminho de um objeto durante os sobrevoos, criando incerteza. E não hábanco de dados prontamente dispona­vel, observou McDowell, além dos "montados" por ele, Gray e alguns outros.

"Estamos agora em uma era em que muitospaíses e empresas privadas estãocolocando coisas no espaço profundo , então éhora de comea§ar a acompanhar isso", disse McDowell. "Neste momento não háninguanãm, apenas alguns fa£s em seu tempo livre."

 

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