Tecnologia Científica

Como projetamos edifa­cios que permitem que os ocupantes prosperem?
Inovidades arquiteta´nicas e digitais podem ajudar a tornar os Espaços internos que passamos tanto tempo em lugares mais sauda¡veis.
Por Tom Abate e Edmund L. Andrews - 24/07/2019


E se o trabalho e os ambientes escolares inspirassem uma sensação de bem-estar? | Pexels / Magda Ehlers

Infelizmente, muitos edifa­cios contribuem para a depressão, estresse, falta de saúde e absentea­smo, dizem os engenheiros da Stanford,  Sarah Billington  e  James Landay . Cortados do ar fresco, da luz solar e de qualquer inda­cio da natureza, muitos trabalhadores de escrita³rio estãocercados por brilho fluorescente, materiais artificiais e rua­dos aleata³rios.

Billington e Landay estãoliderando um  projeto de pesquisa interdisciplinar  sobre o uso de inovações arquiteta´nicas e digitais para mudar isso. Projetos de construção melhores podem incluir novas maneiras de trazer o exterior para o interior, como com “paredes de plantas” modulares e outros materiais naturais. Os recursos digitais podem incluir iluminação que imita a luz solar transmitida por uma floresta. Os dois discutiram seu trabalho em uma apresentação recente. Abaixo estãoos destaques.

Qual éo problema com os edifa­cios de escrita³rios?

Landay:  Olhe ao seu redor no trabalho ou na escola. Muitas pessoas são infelizes, sobrecarregadas e com excesso de peso. Outros se sentem desmotivados ou isolados. Por quaª? Uma razãoéque o ambiente do escrita³rio émuitas vezes barulhento e artificial, sem qualquer inda­cio de natureza. Isso pode fazer com que as pessoas se sintam ansiosas e distraa­das, o que prejudica seu desempenho e a produtividade de uma organização. O absentea­smo - quando empregados sauda¡veis ​​ficam doentes - éestimado em US $ 226 bilhaµes por ano para as empresas dos EUA. Um estudo mostrou que os escrita³rios sem natureza podem representar 10% desse custo, ou atéUS $ 23 bilhaµes por ano. Winston Churchill escreveu certa vez: “Na³s moldamos nossos edifa­cios; depois disso, eles nos moldam. ”E se pudanãssemos projetar prédios para nos moldar de maneira positiva?

Como vocêpropaµe melhorar as coisas?

Billington:  Podemos comea§ar com o que sabemos: uma conexão com a natureza reduz a pressão arterial e os batimentos carda­acos e melhora o envolvimento mental e o humor. Estudos também mostram, por exemplo, que pacientes hospitalizados se recuperam mais rapidamente se tiverem uma visão da natureza. Em escrita³rios e escolas, a iluminação natural pode melhorar a concentração e a produtividade. Uma estratanãgia étrazer a natureza para dentro de casa. As paredes verdes modulares podem ser projetadas para suportar a ventilação natural em uma ampla variedade de climas, trazendo tanto ar fresco quanto a natureza para dentro. Um movimento nascente estãose formando em torno de conceitos como esses para apoiar o bem-estar, mas tem havido poucos experimentos controlados a longo prazo para apoiar essas idanãias.

O que isso significa?

Landay:  Os escrita³rios do futuro sera£o Espaços fa­sicos e digitais ha­bridos. As exibições de va­deo tera£o um custo baixo e exigira£o pouca energia, levando a  sua implantação em todos os edifa­cios. Eventualmente, o vidro da janela tera¡ as capacidades digitais para mudar a iluminação ou tornar-se outro monitor. Imagine uma grande tela em um corredor do escrita³rio que mostra um mural dina¢mico de flores soprando ao vento. Indiva­duos sera£o encorajados a seguir as flores no corredor, na direção das escadas em vez do elevador.

Billington:  Tambanãm podemos usar o design arquiteta´nico para imitar aspectos da natureza dentro de um prédio e potencialmente dar a s pessoas os benefa­cios. A luz do sol manchada mudando durante o dia e formas orga¢nicas representando a natureza são exemplos.

Como vocêavalia o bem-estar e descobre se um prédio estãomelhorando?

Landay: Isso éo que nossa pesquisa ésobre. Na³s nos concentramos em medir várias coisas importantes: estresse, um sentimento de pertena§a, criatividade, atividade física e comportamento pra³-ambiental. Podemos comea§ar perguntando a s pessoas como estãose sentindo. Mas, infelizmente, as pessoas tem dificuldade em lembrar com precisão as coisas quando os auto-relatos são feitos diariamente ou semanalmente. O manãtodo de amostragem por experiência, ou ESM, éuma maneira mais precisa de fazer relatórios pra³prios. Com o ESM, vocêfaz uma pergunta rápida várias vezes ao longo do dia; por exemplo, como vocêestãose sentindo agora? Tambanãm podemos usar aplicativos que permitem que as pessoas optem por usar seus telefones, rela³gios e laptops para coletar dados de atividade física e estresse. Na³s combinamos essas medidas de bem-estar com outros dados que os edifa­cios já podem coletar sobre qualidade do ar, som, iluminação, ocupação e uso de energia.

E quanto aos custos de tudo isso?

Billington:  Melhorar os edifa­cios para o bem-estar pode ser mais valioso do que vocêimagina. Cerca de 90% dos custos operacionais de um edifa­cio comercial estãovinculados a sala¡rios e benefa­cios do pessoal. Se asmudanças arquiteta´nicas e digitais puderem melhorar modestamente o bem-estar e a produtividade das pessoas, esses projetos melhorados podera£o gerar grandes retornos sobre o investimento. Nossa pesquisa informara¡ estratanãgias de alto impacto em novos projetos de construção daqui para frente. Para os edifa­cios existentes, asmudanças estruturais podem ser proibitivas em termos de custos, mas adaptações não estruturais e digitais menos dispendiosas podem fazer muito para melhorar o bem-estar.

Onde vocêvaª tudo isso levando?

Landay: Os  edifa­cios do futuro tera£o sensoriamento e atuação. A ideia éusar o sensoriamento, além do aprendizado de ma¡quina, para inferir o estado das pessoas, sejam elas deprimidas, zangadas ou felizes, e então atuar emmudanças no ambiente do prédio e exibições para melhorar o humor e a saúde. A chave éfazer isso de um modo centrado no ser humano, preservando a privacidade e, para simplificar, não parece assustador. As pessoas tem que se sentir conforta¡veis ​​com essa percepção, optar por saber qual informação estãosendo percebida e ter a capacidade de deletar ou não participar. Ainda temos muito a aprender sobre como fazer isso bem, mas estãoclaro que os edifa­cios podem ser mais sauda¡veis ​​para nosdo que são agora. Nosso objetivo atravanãs desta pesquisa éajudar a tornar nosso ambiente construa­do um lugar onde as pessoas va£o prosperar e prosperar.

 

.
.

Leia mais a seguir