Tecnologia Científica

Pesquisadores da Unicamp desenvolvem repelente para tecidos esuperfÍcies
Ao ser aplicado sobresuperfÍcies (incluindo tecidos), consegue-se uma liberaça£o sustentada da substância para o ar por até12 horas
Por Carolina Octaviano - 21/08/0019


Tecnologia éeficiente para proteção contra o mosquito aedes aegypti

Mesmo com a chegada dos meses mais frios do ano, várias regiaµes brasileiras tem registrado um aumento significativo nos casos de dengue. Cidades do Parana¡ e Bahia, por exemplo, já registram uma epidemia da doença que écausada pelo mosquito aedes aegypti, também responsável pela transmissão de doenças como zika va­rus, chikungunya e febre amarela.

Além da prevenção ao surgimento da larva do mosquito, o uso do repelente também éum importante mecanismo de proteção. Diante disso, pesquisadores da Unicamp desenvolveram uma tecnologia que age como repelente para ser utilizada em roupas, tecidos esuperfÍcies como paredes. A tecnologia, que estãodispona­vel para licenciamento, utiliza o mesmo tipo de repelente já presente no mercado, mas com liberação mais lenta, o que garante uma proteção prolongada.

“O diferencial éque, atravanãs de técnicas de laboratório (polimerização em miniemulsão), conseguimos imobilizar o repelente DEET para que ele evapore mais lentamente, já que um dos problemas dos produtos convencionais éque o composto evapora rapidamente e/ou éabsorvido pela pele, necessitando aplicações frequentes do repelente. Ao ser aplicado sobresuperfÍcies (incluindo tecidos), consegue-se uma liberação sustentada da substância para o ar por até12 horas”, explica Liliane Ferrareso Lona, professora da Faculdade de Engenharia Quí­mica (FEQ) e responsável pela tecnologia.

Em outras palavras, a tecnologia possibilita a encapsulação do DEET, já conhecido como um eficaz repelente de insetos, empartículas nanomanãtricas de pola­mero. “A restrição da evaporação dos compostos repelentes épossí­vel com a introdução de uma barreira física entre eles e o ar atravanãs da encapsulação. A encapsulação dessas substâncias e o seu uso como repelentes ambientais em tintas ou em impregnação de tecidos surge como uma alternativa promissora que permite prolongar o efeito repelente desses compostos atravanãs da liberação sustentada”, conta Guilherme Martinate Gomes, aluno de pós-graduação e também responsável pela patente.
 
Os pesquisadores também ressaltam que um dos pontos altos da tecnologia éo fato de poder ser utilizado por criana§as ou recanãm-nascidos, excluindo a necessidade de uso do repelente diretamente na pele. Mesmo que substâncias repelentes sejam eficazes com aplicação na pele em forma de loção, seu uso érestrito e não háção prolongada. “Isso seria vantajoso no caso de alergias, ou para proteção de bebaªs, por exemplo, já que existem estudos que relacionam o DEET aplicado diretamente sobre a pele e doenças neurolégicas”, justifica a docente. ”A utilização de repelentes de insetos éuma medida preventiva fundamental para que a transmissão de doenças como a dengue, mala¡ria e chikungunya seja evitada”, completa Gomes.

 

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